Por EFE
A profunda remodelação de gabinete que o presidente do Chile, Gabriel Boric, realizou nesta terça-feira, e que afetou alguns de seus ministros mais próximos, não agradou os partidos de direita, que expressaram suas dúvidas sobre as mudanças e sobre sua presença na reunião para traçar o novo itinerário constitucional após o plebiscito do último domingo.
“O governo na prática concordou em ter mais aulas porque são incapazes de assumir as tarefas, funções e obrigações mínimas de qualquer governo com seus cidadãos”, disse o deputado da coalizão de direita Chile Vamos (ChV), Andrés Celis.
“O rateio de cargos e a improvisação são dignos de uma assembleia estudantil. O governo do presidente Boric está brincando de dança das cadeiras”, criticou, por sua vez, o parlamentar da ultraconservadora União Democrática Independente (UDI), Álvaro Carter.
Para os conservadores, o Executivo de Boric ignora os problemas que os cidadãos consideram atualmente mais relevantes, como o aumento da insegurança, da criminalidade e da inflação.
“Temos que ver se o que muda é a receita ou o cozinheiro, e espero que seja o primeiro porque o governo se dedicou a ganhar o plebiscito e não a resolver os problemas das pessoas”, acrescentou o senador da UDI, Juan Antony Coloma.
O presidente do Partido Republicano e senador, Rojo Edwards, criticou que Boric “não compreendeu a tremenda derrota de suas ideias porque se entrincheirou em seu discurso”. Outro sinal de aborrecimento foi dado por Francisco Chahuán, presidente do partido de direita Renovação Nacional (RN), que novamente se recusou a participar da reunião convocada pelo presidente, nesta terça-feira no Palácio de la Moneda, para definir o caminho da nova Constituição.
O RN, que seria a única força do seu setor a estar presente na reunião, acusa o governo de “improvisação” na remodelação de gabinete, especificamente em relação ao cargo de subsecretário do Interior.
Boric revogou, em menos de uma hora, a nomeação como número dois do Ministério do Interior de Nicolás Cotaldo Astorga, ex-líder estudantil ligado ao Partido Comunista, depois que sua designação provocou críticas da oposição por seus ataques anteriores às forças de segurança.
A nomeação foi anunciada por meio de comunicado oficial pouco antes de o presidente apresentar a profunda reestruturação do gabinete e desencadear uma onda de críticas nas redes sociais.
A coalizão de direita ChV já havia se recusado no domingo, após comemorar o resultado do plebiscito, a participar da primeira reunião convocada pelo presidente com todas as forças políticas para propor um novo itinerário constituinte.
Embora os partidos conservadores tenham assegurado que desejam continuar com o itinerário constituinte, condicionaram sua presença à mudança de gabinete para se reunir com os ministros recém-nomeados e não com aqueles que estavam prestes a deixar o cargo.
Senadores como Javier Macaya, presidente da UDI, defendem que antes de 11 de setembro, dia que marca os 49 anos do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), se estabeleçam as primeiras bases do novo processo constituinte, mas seu setor ainda não especificou quando aceitará o convite.
No último domingo, com 62% dos votos, o Chile decidiu em plebiscito rejeitar a proposta constitucional emanada da convenção que trabalhou no texto por um ano, um resultado que atingiu duramente o governo de Boric.
Durante a campanha do plebiscito constitucional, a direita prometeu dar continuidade ao processo constituinte por meio de uma nova convenção, caso a “Rejeição” fosse a opção vencedora.
O compromisso, que não foi firmado em nenhum acordo, agora é o aval do governo para avançar nesse caminho.
Epoch Times publica em 22 idiomas, veiculado em 36 países.
Siga nossas redes sociais:
Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Twitter: https://twitter.com/EpochTimesPT
Instagram: https://www.instagram.com/ntd_portugues
Gettr: https://gettr.com/user/ntdportugues
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: