Diplomata russo alerta sobre cenário “apocalíptico” na península coreana

27/11/2017 19:37 Atualizado: 27/11/2017 19:37

Um diplomata russo advertiu sobre um cenário “apocalíptico” na península coreana, em meio a crescentes tensões entre a Coreia do Norte e outros países do Leste Asiático.

“Existe um cenário do desenvolvimento apocalíptico sobre a situação na península coreana e não podemos tapar os olhos”, disse o vice-ministro das relações exteriores da Rússia, Igor Morgulov, na segunda-feira, 27 de novembro, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS. Ele fez suas declarações em Seul, Coreia do Sul.

“Espero que um senso comum, pragmatismo e instinto de autopreservação prevalecerão entre os nossos parceiros para excluir esse cenário negativo”, acrescentou.

As tensões aumentaram à medida que a Coreia do Norte tenta ativamente desenvolver uma arma nuclear e capacidades de lançamento de mísseis de longo alcance capazes de atingir os Estados Unidos. Em 3 de setembro, a Coreia do Norte afirmou que testou com sucesso uma bomba de hidrogênio e, no início deste ano, lançou dois mísseis que passaram sobre o território japonês.

Bombas atingem alvos simulados na Zona de Treinamento Pilseung em Gangwon-do, Coreia do Sul, em 31 de agosto de 2017 (Ministério da Defesa da Coreia do Sul via Getty Images)
Bombas atingem alvos simulados na Zona de Treinamento Pilseung em Gangwon-do, Coreia do Sul, em 31 de agosto de 2017 (Ministério da Defesa da Coreia do Sul via Getty Images)

“Nós dissemos à Coreia do Norte muitas vezes que, para nós, [o seu] status nuclear é inaceitável”, acrescentou o diplomata russo. “Nós continuamos este trabalho com os homólogos norte-coreanos, apresentando-lhes a nossa posição.”

A administração Trump convidou a China a pressionar Pyongyang sobre seu programa nuclear e, em setembro, a China concordou com as sanções das Nações Unidas contra seu isolado vizinho. Há sinais de que as sanções estão funcionando.

No início deste ano, Trump zombou do líder norte-coreano Kim Jong-un chamando-o de “homem-foguete” por seus testes de mísseis e por ameaçar “fogo e fúria” se as provocações continuarem.

“Os Estados Unidos têm grande força e paciência, mas se for forçado a se defender ou a seus aliados, não teremos escolha senão destruir totalmente a Coreia do Norte”, disse Trump às Nações Unidas em setembro. “O homem-foguete está numa missão suicida para si e para o seu regime.”

Esta imagem não datada da Agência Central Coreana de Notícias da Coreia do Norte em 4 de novembro de 2017 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-un visitando uma fábrica num lugar não revelado (STR/AFP/Getty Images)
Esta imagem não datada da Agência Central Coreana de Notícias da Coreia do Norte em 4 de novembro de 2017 mostra o líder norte-coreano Kim Jong-un visitando uma fábrica num lugar não revelado (STR/AFP/Getty Images)

Pouco depois de seu discurso na ONU, o escritório do presidente sul-coreano Moon Jae-in disse num comunicado: “Consideramos o discurso como retratando uma posição firme e específica sobre as questões-chave em relação à paz e à segurança que a comunidade internacional e as Nações Unidas enfrentam.”

“Isso mostra claramente o quão sério o governo dos Estados Unidos vê o programa nuclear da Coreia do Norte, considerando que o presidente [Trump] gastou um tempo significante discutindo a questão”, afirmou o comunicado presidencial da Casa Azul, informou a Reuters.

O Japão, um aliado dos EUA que Pyongyang frequentemente ameaça destruir, assumiu uma linha dura em relação à Coreia do Norte, pressionando por maiores sanções e pressões.

“Agradecemos muito a abordagem do presidente Trump para que a Coreia do Norte mude sua posição política desnuclearizando o país e convidando a comunidade internacional, incluindo a China e a Rússia, a cooperarem para fortalecer a pressão sobre a Coreia do Norte”, disse o secretário-chefe do gabinete, Yoshihide Suga, a jornalistas em setembro.