Por Agência EFE
Os deputados venezuelanos da oposição Renzo Prieto e Gilber Caro, prisioneiros e membros do partido Voluntad Popular (VP), liderados por Leopoldo López, são vítimas de tortura em seus locais de detenção, denunciaram seus advogados na segunda-feira.
A advogada de Caro, Therelys Malavé, disse que Yeidi Caro, irmã do parlamentar, foi capaz de verificar as condições subumanas em que ela está na sede das Forças de Ação Especial (FAES) da Polícia Nacional de Caracas.
De acordo com uma declaração da Assembleia Nacional (AN, Parlamento) que atende a queixa de Malavé, Caro garantiu à irmã “que ele está ficando louco”.
A irmã do legislador disse ao advogado que no dia em que ela pôde visitar seu irmão, ele “estava gritando por água” porque “há dias em que não lhe trazem comida e outros apenas lhe dão uma comida por dia”.
“Gilber nem consegue se levantar (completamente) porque estava debaixo de uma escada e desprovido de luz, água e comida. Essas condições em que ele se vê claramente constituem tortura, tratamento cruel e é responsabilidade do Ministério Público investigar essa situação”, afirmou o advogado.
Por esse motivo, Malavé indicou que a segunda juíza de controle com jurisdição sobre terrorismo, Hilda Villanueva, foi responsável pelo que aconteceu com Caro, “a qual também não permitiu que o parlamentar nomeasse seus próprios advogados”.
Finalmente, ele garantiu que, até o momento, o deputado não sabe do que ele é acusado ou que ele teve acesso ao processo.
Caro foi preso em 20 de dezembro, que foi a quarta vez que o legislador entrou em uma prisão, embora a primeira não fosse por motivos relacionados à sua atividade política.
Por sua parte, Ana Leonor Acosta, advogada de Prieto, lembrou que o parlamentar “está incomunicável, seus advogados não puderam vê-lo e ele também dorme no chão”.
“Ele ficou sem água e sem comida, o que deteriorou sua saúde devido a ferimentos na coluna causados durante a primeira prisão”, disse o advogado.
Como lembrou Acosta, Prieto aguarda julgamento há seis anos, enquanto a sentença estabelecida no crime pelo qual está sendo julgado é menor do que o tempo em que ele ficou detido.
O parlamentar, que voltou para a prisão em março passado, é acusado dos crimes de “financiamento terrorista” e “promoção do ódio”, e já está preso há quatro anos.
Acosta enfatizou que Prieto está detido em outra sede da FAES em Caracas, onde também não teve contato com sua família ou os cuidados médicos necessários.
“O prazo para sua prisão preventiva expirou. Não há razão para Renzo Prieto ser preso”, acrescentou.
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