Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Uma autoridade dos EUA disse na segunda-feira que a Rússia está aumentando o conflito na Ucrânia ao enviar tropas norte-coreanas, depois que Moscou alertou que Washington está se envolvendo mais na guerra ao permitir que Kiev ataque a Rússia com armas produzidas nos EUA.
Relatórios do domingo (17) disseram que o governo do presidente Joe Biden decidiu permitir que a Ucrânia use armas dos EUA para atacar profundamente o território russo, faltando apenas dois meses para Biden deixar o cargo. A medida representa uma grande mudança na política do governo para lidar com o conflito.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov respondeu em uma declaração à mídia estatal Tass que a medida marcaria uma escalada no conflito que já dura mais de dois anos.
“Se essa decisão foi de fato formulada e comunicada ao regime de Kiev, então, é claro, essa é uma rodada qualitativamente nova de escalada das tensões e uma situação qualitativamente nova em termos do envolvimento dos Estados Unidos nesse conflito”, disse Peskov.
Mas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse aos repórteres em uma reunião na segunda-feira que “foi a Rússia que aumentou o conflito repetidas vezes”, apontando para as centenas de tropas norte-coreanas que estão lutando na região russa de Kursk, meses depois que a Ucrânia invadiu a área de fronteira.
“Essa é uma grande escalada da Rússia, que traz um exército asiático para um conflito na Europa”, disse Miller, acrescentando que os Estados Unidos responderão de maneira firme.
“Continuaremos a fazer o que for apropriado para responsabilizar a Rússia por suas ações, incluindo suas ações de escalada, e para responsabilizar a Coreia [do Norte] por suas ações de escalada.”
A decisão do governo Biden, no entanto, provocou críticas de membros da equipe de transição do presidente eleito Donald Trump. Seu filho mais velho e membro da equipe de transição, Donald Trump Jr, advertiu em uma postagem de mídia social que “a Terceira Guerra Mundial começará” antes de Trump assumir o cargo em 20 de janeiro de 2025, culpando o chamado “complexo militar-industrial”.
“O povo americano deu um mandato em 5 de novembro contra essas decisões exatas do America Last e NÃO quer financiar ou lutar em guerras estrangeiras. Queremos resolver nossos próprios problemas”, escreveu uma das aliadas de Trump no Congresso, a deputada Marjorie Taylor Greene (R-Ga.), no X.
Na campanha, Trump e o vice-presidente eleito JD Vance disseram repetidamente que querem acabar com a guerra na Ucrânia, enquanto Vance, em particular, disse que quer que os Estados Unidos parem de armar o governo de Kiev.
Nem Trump nem Vance comentaram os relatórios. O presidente russo, Vladimir Putin, também não respondeu publicamente aos acontecimentos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deu uma resposta contida, dizendo que “os ataques não são feitos com palavras. Essas coisas não são anunciadas. Os mísseis falarão por si mesmos”. Poucos dias antes, Zelensky disse a um veículo de notícias ucraniano que acredita que a guerra terminará mais rapidamente quando Trump assumir o cargo.
Analistas militares afirmam que o impacto no campo de batalha, onde a Ucrânia tem estado em desvantagem há meses, dependerá dos limites que permanecerem. Embora a mudança possa reforçar a operação de Kursk, é improvável que seja um divisor de águas geral, dizem os analistas.
“A decisão chega tarde e, assim como outras decisões nesse sentido, pode ser tarde demais para mudar substancialmente o curso dos combates”, disse Michael Kofman, membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace em Washington. “Os ataques de longo alcance sempre foram uma peça do quebra-cabeça e foram excessivamente carregados de expectativas nesta guerra.”
A Reuters contribuiu para esta reportagem.