De Davos a São Paulo: Fórum Econômico Mundial mira na América Latina

24/01/2020 18:45 Atualizado: 24/01/2020 18:45

Por EFE

Davos (Suíça), 24 jan – A América Latina está cada vez mais na mira do Fórum Econômico Mundial, a organização internacional para a cooperação público-privada que realizará neste ano, em São Paulo, um ambicioso evento regional.

Entre 28 a 30 de abril, a capital paulista receberá líderes políticos e empresariais, acadêmicos e representantes da sociedade civil de todo o continente, com o tema “Reformando para o crescimento e a inclusão”.

Detalhes do evento foram anunciados nesta sexta-feira por Marisol Argueta de Barrilas, integrante do comitê-executivo e responsável pela agenda regional para a América Latina do Fórum Econômico Mundial.

Segundo ela, as prioridades temáticas globais do encontro realizado anualmente em Davos “casam diretamente” com as necessidades da região.

“O crescimento com inclusão é central na agenda latino-americana e esse será o tema da reunião que vamos realizar em São Paulo”, disse Barillas em um encontro com jornalistas.

O representante do Fórum Econômico Mundial disse que a organização está especialmente interessada na participação de ministros responsáveis pelas áreas de energia, infraestrutura, meio ambiente, economia produtiva e agroindústria.

Muitas das discussões realizadas ao longo desta semana em Davos também tiveram como foco a América Latina. Ao longo da semana, uma sessão pública sobre as perspectivas da região teve grande presença do público e contou com representantes de Brasil, Argentina e México. Outro tema debatido foram os protestos sociais, como os enfrentados pelo Chile desde outubro.

Houve também, pelo terceiro ano seguido, uma sessão destinada à situação dos milhões de venezuelanos que fugiram do país. Desta vez, o evento coincidiu com o lançamento de uma iniciativa que visa atrair recursos para aliviar as pressões da grande chegada de refugiados aos países vizinhos da Venezuela.

“O tema verdadeiramente complexo é a inclusão desses imigrantes: como podemos criar mais empregos sem deslocar os trabalhadores das sociedades que os acolhem”, afirmou Barillas.

O Fórum Econômico Mundial também reconheceu o opositor Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, como um dos “líderes globais jovens”. Ele esteve presente no evento, em viagem que faz parte de uma turnê internacional para denunciar o regime de Nicolás Maduro.

Davos também foi palco de um diálogo sobre o Brasil. O ministro de Economia, Paulo Guedes, explicou o processo de reformas estruturais e falou sobre as previsões de crescimento do país.

Barillas anunciou a abertura no Brasil de um dos centros para a quarta revolução industrial do Fórum Econômico Mundial. O local será dedicado a capacitar pessoas em novas tecnologias e faz parte do plano da organização para a região.

A ex-chanceler de El Salvador destacou o trabalho realizado pelo estado de São Paulo para atrair investimentos e criar um “Vale do Sicílio” perto da USP.