David Sassoli, democrata italiano, é eleito presidente do Parlamento Europeu

"Em um mundo no qual se necessita de regras, podemos ajudar a estabelecer essas regras", disse Sassoli, que se dirigiu aos Estados-membros para pedir-lhes que durante esta legislatura seja retomado o debate sobre a reforma do sistema de asilo

03/07/2019 19:15 Atualizado: 03/07/2019 19:15

Por Agência EFE

O italiano David-María Sassoli foi eleito como presidente do Parlamento Europeu para os próximos dois anos e meio, após uma votação nesta quarta-feira na qual obteve o apoio de 345 eurodeputados de um total de 667 que emitiram votos válidos.

Natural de Florença, jornalista de profissão e membro do Partido Democrata italiano, Sassoli conseguiu o cargo de maior responsabilidade da Eurocâmara em sua terceira legislatura como eurodeputado e depois de ser vice-presidente da instituição entre 2014 e 2019.

Sassoli, de 63 anos, foi o único candidato dos três grandes partidos (populares, socialistas e liberais) que apresentou sua candidatura ao posto, depois que na repartição de cargos europeus estipulada na cúpula de líderes de ontem foi pactuado que a família social-democrata teria a presidência parlamentar durante a primeira metade da legislatura de cinco anos.

Dessa forma, o italiano obteve o apoio da maioria da Eurocâmara na segunda rodada de votação de até quatro possíveis, que foram necessárias em 2017, por exemplo, para a eleição do predecessor de Sassoli, o também italiano e jornalista Antonio Tajani.

Nessa segunda votação, o candidato do grupo conservador e reformista, o tcheco Khan Zahradil, somou o apoio de 160 eurodeputados, enquanto a alemã Ska Keller, dos Verdes, conseguiu 119 e a espanhola Sira Rego, da Esquerda Unitária, 43 votos.

Após ser eleito, Sassoli se declarou honrado pela eleição e felicitou seu predecessor por seu trabalho e dedicação à instituição parlamentar.

O novo presidente da Eurocâmara também pediu aos eurodeputados que “voltem ao espírito dos pais fundadores, aqueles que deixaram de lado as hostilidades da guerra para construir um projeto que juntasse paz, democracia, Estado de Direito e desenvolvimento econômico”.

Além disso, lembrou que a câmara é um “fruto da democracia” a partir de uma eleição livre em uma Europa onde “não se pode perseguir ninguém pelas suas opções políticas e religiosas nem marginalizar por sua orientação sexual”.

“Em um mundo no qual se necessita de regras, podemos ajudar a estabelecer essas regras”, disse Sassoli, que se dirigiu aos Estados-membros para pedir-lhes que durante esta legislatura seja retomado o debate sobre a reforma do sistema de asilo.