O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, destituiu nesta quinta-feira (16) Lorena del Carmen Martínez como embaixadora da Nicarágua no Brasil, segundo informou o Diário Oficial “La Gaceta”.
Por meio do decreto presidencial número 23-2023, Ortega anulou a nomeação de Martínez para o cargo de embaixadora no Brasil, para o qual havia sido designada em 1º de julho de 2013.
O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, o general reformado Denis Moncada Colindres, nomeou Gadiel Osmani Arce Zepeda para o cargo de ministro conselheiro com funções consulares da Nicarágua no Brasil.
Essas mudanças na delegação diplomática da Nicarágua no Brasil ocorrem nove dias depois que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se ofereceu para receber os mais de 300 opositores e críticos do governo Ortega que perderam a nacionalidade nas últimas semanas.
Essa medida permite que os apátridas residam no Brasil e, após regularizar sua situação imigratória, também os habilita a requerer a nacionalidade brasileira.
Também na quinta-feira (16), Ortega exonerou Marvin Roberto Ortega Rodríguez do cargo de embaixador da Nicarágua no Panamá e nomeou outro ministro conselheiro com funções consulares para a embaixada no Panamá.
A Nicarágua retirou a nacionalidade de 317 nicaraguenses, entre eles os escritores Sergio Ramírez e Gioconda Belli, os bispos Rolando Álvarez e Silvio Báez, o ex-comandante revolucionário Luis Carrión, a lendária ex-guerrilheira Dora María Téllez, a veterana defensora da direitos Vilma Núñez e o jornalista Carlos Fernando Chamorro, entre outros, todos muito críticos do governo de Daniel Ortega.
Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Espanha e México ofereceram acolhimento e nacionalidade aos nicaraguenses afetados pela medida de apatridia, que Sergio Ramírez (Equador) e Gioconda Belli (Chile) já aceitaram.
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