Dalai Lama reconhece estar ciente de abusos sexuais desde os anos 90

No país, onde existem entre 50 mil e 65 mil budistas, alguns dos estudantes eram menores de idade quando ocorreram os abusos

16/09/2018 20:31 Atualizado: 16/09/2018 20:34

Por Agência EFE

O líder espiritual tibetano Dalai Lama reconheceu neste sábado, pela primeira vez, que estava ciente dos abusos sexuais praticados por mestres budistas “desde os anos 90” e que em 1993 já discutiu o tema com líderes budistas ocidentais.

Em entrevista coletiva na Holanda, o Dalai Lama afirmou que os testemunhos e histórias de quatro vítimas holandesas e belgas na sexta-feira em um encontro em Roterdã “não são novos” para ele, porque “já sabia de todas essas coisas” há várias décadas.

Além disso, o líder especificou que estava a par das acusações contra Sogyal Rinpoche, um dos mestres budistas mais conhecidos e polêmicos, acusado desde 1992 de todo tipo de abusos a seus alunos em diferentes retiros na Europa, especialmente no sul da França, onde está sendo investigado por esse motivo.

O líder espiritual tibetano reiterou que a “autodisciplina é importante” e que as vítimas destas humilhações “devem fazer públicas” suas histórias, revelando a identidade de seus agressores, para que assim “os mestres se preocupem em ser humilhados” em público.

Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz em 1989, se encontra em uma visita de quatro dias na Holanda, onde deve participar de várias conversas e discursos sobre doutrinas budistas.

No país, onde existem entre 50 mil e 65 mil budistas, alguns dos estudantes eram menores de idade quando ocorreram os abusos, que não se limitaram a um só templo e são registrados desde os anos 70, segundo uma investigação emissora holandesa “NOS”. EFE

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