Cubanos ainda estão sem internet e recorrem a VPNs para evitar a censura

14/07/2021 18:37 Atualizado: 14/07/2021 18:37

Por Agência EFE

A conexão de internet móvel em Cuba ainda está cortada três dias após os protestos, embora uma minoria tenha recuperado o serviço de dados e alguns jovens estejam conseguindo acessar a rede com a ajuda de plataformas VPN e truques inteligentes.

Até esta quarta-feira, a maioria dos cubanos ainda não tinha acesso à internet no celular, o que na prática representa um apagão quase total, já que na ilha existe uma pequena minoria de domicílios que podem pagar por uma conexão wi-fi.

Diante disso, cidadãos – principalmente jovens – de todo o país recorrem a serviços VPN – como Psiphon ou Thunder – e truques para evitar a censura e acessar redes de dados móveis 3G e 4G, controladas pelo monopólio estatal de telecomunicações Etecsa.

“Você tem que ativar os dados e depois a VPN e colocá-los na região dos EUA, depois colocar o telefone no modo avião por 5 segundos e quando você removê-lo, ele se conecta”, explicou uma mulher de 26 anos à Efe em Havana, que conseguiu acessar a internet nesta quarta-feira depois de ficar dois dias e meio desligada.

Centenas de pessoas participam de uma manifestação contra o regime do presidente cubano Miguel Díaz-Canel em Havana (Cuba) em 11 de julho de 2021 (Yamil Lage / AFP via Getty Images)

Também houve casos excepcionais de cubanos que recuperaram de forma intermitente sua conexão sem a ajuda de plataformas VPN, embora não tenham conseguido acessar alguns aplicativos como o WhatsApp.

As redes Wi-Fi privadas e em espaços públicos não pararam de funcionar em Cuba, embora com restrições intermitentes de WhatsApp.

O serviço de internet móvel foi desativado no domingo em decorrência de protestos de cubanos espalhados por todo o país, estimulados por um vídeo em que moradores de San Antonio de los Baños (30 km a leste de Havana) saíram às ruas para protestar por falta de comida, remédios e cortes de energia, em meio a uma grave crise econômica e de saúde.

Pessoas participam de uma manifestação contra o regime do presidente cubano Miguel Díaz-Canel em Havana (Cuba), em 11 de julho de 2021 (Adalberto Roque / AFP via Getty Images)

Especialistas acreditam que o regime cortou a internet para evitar que isso aconteça novamente, embora também acreditem que a medida pode ser contraproducente ao aumentar o descontentamento público com as autoridades.

De fato, o corte de dados interrompeu a rotina dos trabalhadores do país, uma vez que o trabalho remoto se generalizou durante a pandemia em alguns setores como o educacional, onde as aulas presenciais foram eliminadas.

Além disso, muitos lamentam não se comunicar com seus parentes no exterior há dias, já que a Internet é a forma mais comum de contato entre os cubanos de dentro da ilha e os de fora.

A Etecsa não deu nenhuma explicação para o apagão e nem o regime até terça-feira, quando o chanceler, Bruno Rodríguez, o equiparou a “cortes de eletricidade” e dificuldades de alimentação ou transporte.

As manifestações de cidadãos que começaram no domingo em toda Cuba foram as mais importantes em 60 anos contra o regime, tendo como único precedente o “maleconazo” de agosto de 1994, limitado a Havana.

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