O regime de Cuba está mediando há “vários meses” os contatos entre a Venezuela e a Guiana em relação à disputa sobre o território de Essequibo, disseram à Agência EFE fontes diplomáticas em Havana.
O país caribenho, segundo essas fontes, “liderou” os esforços para organizar uma reunião entre o ditador Nicolás Maduro e o presidente Irfaan Ali, que aconteceu nesta quinta-feira em São Vicente e Granadinas.
Até o momento, o regime cubano havia mantido silêncio sobre a crise de Essequibo, que tem fortes implicações regionais. Essas mesmas fontes afirmam que isso se deveu a seu “envolvimento ativo” nesses contatos.
Após a reunião, o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou na rede social X (ex-Twitter) que a ilha “saúda as conversas entre os presidentes da Venezuela e da Guiana” e que “os países e atores envolvidos estão cientes das ações de Cuba para contribuir com a solução de conflitos em Nossa América, já que atuamos neste caso de acordo com as solicitações de cada parte”.
De acordo com as fontes consultadas, Cuba começou a atuar como um “canal de comunicação” em outubro, depois que representantes da Comunidade do Caribe (Caricom) solicitaram a mediação do país.
O próprio presidente da Guiana, Irfaan Ali, pediu ao regime cubano que mediasse com a Venezuela e teve vários contatos com as autoridades da ilha, inclusive um recente com Díaz-Canel.
Desde então, houve várias reuniões entre diferentes membros do regime cubano e representantes de diversos governos da região.
O próprio primeiro-ministro da Guiana, Mark Phillips, viajou para a capital cubana em setembro para se reunir com autoridades locais.
Dois meses depois, em 7 de novembro, autoridades cubanas tiveram reuniões separadas em Havana sobre o mesmo assunto com o ministro das Relações Exteriores de Belize, Eamon Courtenay, o ministro das Finanças de São Vicente e Granadinas, Camillo Gonsalves, e o vice-ministro venezuelano para o Caribe, Raúl Li Causi.
O ditador venezuelano, Nicolas Maduro, e o presidente Irfaan Ali, expressaram nesta quinta-feira intenção de continuar o diálogo, após o encontro em São Vicente e Granadinas, para resolver a disputa sobre Essequibo, um território de quase 160 mil quilômetros quadrados rico em petróleo e que pertence à Guiana há mais de 120 anos.
A reunião ocorreu após várias semanas de tensão entre as partes.
A controvérsia aumentou depois que a Venezuela aprovou a anexação de Essequibo – criando um estado chamado Guiana Essequiba – em um referendo unilateral no dia 3 de dezembro, e o governo de Maduro ordenou o estabelecimento de uma divisão militar perto da área disputada, além de uma autoridade para administrar a região.