Por Agência EFE
A ex-presidente da Argentina e atual senadora Cristina Kirchner afirmou nesta terça-feira (18), em um documento apresentado diante do juiz, que “nunca irão encontrar” algo que a envolva em crimes de corrupção, pois “jamais” se apoderou de “dinheiro ilícito”.
“Podem continuar monitorando meus movimentos e os de minha família, escutar de maneira clandestina minhas conversas telefônicas e escavar toda a Patagônia argentina ou onde quiserem, nunca vão encontrar nada que me envolva, pois jamais me apoderei de dinheiro ilícito”, ressaltou Cristina.
A ex-presidente, que responde a seis processos, prestou depoimento hoje em Buenos Aires por supostos crimes de lavagem de dinheiro no caso conhecido como “Rota do Dinheiro K (Kirchner)”, depois que o juiz encarregado da causa foi obrigado por uma Câmara superior a intimá-la, apesar de ter resistido a tal medida durante dois anos.
“Diante desta grave irregularidade, mais uma na longa perseguição que venho sofrendo há dois anos e oito meses, registrei isso apresentando um recurso de cassação contra a resolução inválida ditada pela Câmara e questionei os juízes que a assinaram, por carecer de imparcialidade frente ao caso”, ressaltou a senadora.
Cristina é investigada por crimes de corrupção supostamente cometidos entre 2010 e 2013 através de uma rede que montou uma estrutura de sociedades e contas bancárias no exterior que lavou pelo menos US$ 60 milhões.
“Não só desconheço totalmente esta suposta manobra, como não existe nenhum elemento de prova que me vincule à mesma”, alegou a ex-presidente.
Cristina, que no texto acusa de novo o governo de Mauricio Macri de manipular sua situação judicial, ressaltou que nunca teve contas bancárias não declaradas.
“Todos os ativos de nossa família estão e continuarão na República Argentina e sempre foram incorporados a nossas declarações de bens”, indicou.