Cristina Kirchner acusa promotor e juiz de conluio em caso no qual é ré

08/08/2022 18:25 Atualizado: 08/08/2022 18:25

Por EFE

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou o promotor e um dos juízes do caso no qual ela é ré por corrupção na concessão de obras públicas quando era chefe de governo de agirem em conluio contra ela.

O advogado da ex-presidente do país e atual vice apresentou uma petição para que sejam afastados do julgamento de Cristina o presidente do Tribunal Oral Federal 2 (TOF 2), Rodrigo Giménez Uriburu, e o promotor Diego Luciani. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, antes do início do quarto dia da fase de alegações do Ministério Público, pelo vice-presidente da corte, Jorge Gorini.

Cristina Kirchner está sendo processada pelos crimes de associação ilícita e fraude em detrimento da administração pública. O caso envolve supostas irregularidades na concessão de 51 contratos de obras públicas na província de Santa Cruz a empresas pertencentes ao empresário Lázaro Báez durante os governos do falecido marido de Cristina e também ex-presidente argentino, Néstor Kirchner, e a própria ex-mandatária.

Na semana passada, a acusação começou a apresentar as alegações em sessões por videoconferência. Luciani disse que o Ministério Público “provou” que entre 2003 e 2015 houve “uma associação ilícita de características únicas” e em forma “piramidal” que tinha “em seu topo aqueles que serviam como chefes de Estado” e envolvia o filho dos ex-presidentes, Máximo Kirchner.

Denúncia contra juiz e promotor

Cristina Kirchner havia antecipado ontem que pediria o afastamento do juiz e do promotor ao postar no Twitter uma mensagem na qual disse que “a Justiça argentina fede”.

Como base para o pedido, a vice-presidente usou fotos publicadas pelo jornal “Página/12” que, segundo ela, provam que “a associação ilícita” é a do presidente do tribunal e do promotor no caso por “jogarem futebol na casa de campo” do ex-presidente Mauricio Macri, principal adversário político de Cristina.

De acordo com as fotos publicadas pela vice-presidente, que há anos alega ser vítima de uma perseguição judicial engendrada por pessoas ligadas a Macri, quem também joga futebol com o juiz e o promotor é o cunhado de um dos possíveis candidatos presidenciais para 2023 pela coalizão Juntos pela Mudança, liderada pelo próprio ex-presidente.

 

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