Casa Branca: crise de opiáceos custou US$ 504 bi à economia em 2015

21/11/2017 02:46 Atualizado: 21/11/2017 02:59

O custo econômico da crise dos opiáceos em 2015 nos Estados Unidos foi de US$ 504 bilhões, ou 2,8% do PIB do país, de acordo com estimativas do Conselho de Assessores Econômicos (CEA) da presidência dos EUA.

Isso é mais de seis vezes maior do que o custo econômico estimado mais recente da epidemia.

O CEA disse que as estimativas anteriores subestimam o custo econômico ao ignorarem o componente danoso mais importante – as mortes resultantes de overdoses. Em 2015, mais de 33 mil americanos morreram de overdose de drogas envolvendo opiáceos.

O relatório também corrigiu à subnotificação de opiáceos em mortes por overdose, incluindo fatalidades relacionadas à heroína, e incorporou os custos não fatais do uso indevido de opiáceos.

“A evidência sugere que as overdoses de drogas relacionadas aos opiáceos são subestimadas em até 24%, o que elevaria o número de mortes de overdose por opiáceos em 2015 para mais de 40 mil”, afirma o relatório.

O CEA estima o custo econômico dessas mortes usando estimativas econômicas convencionais para valorar uma vida, rotineiramente utilizadas pelas agências federais dos EUA.

Os custos dos cuidados de saúde, do sistema de justiça e da perda de produtividade foram calculados, juntamente com o custo estimado de uma vida.

Mais de 64 mil cidadãos americanos morreram de overdose de drogas em 2016, de acordo com números preliminares, representando 175 mortes por dia no ano passado.

Um gráfico da overdose fatal envolvendo o uso de opiáceos nos Estados Unidos entre 1999 e 2015 (CDC)
Um gráfico da overdose fatal envolvendo o uso de opiáceos nos Estados Unidos entre 1999 e 2015 (CDC)

O número de mortos até agora em 2017 é ainda maior, principalmente devido aos opiáceos sintéticos, como fentanil e carfentanil. O fentanil é 50 vezes mais poderoso do que a heroína e 100 vezes mais potente do que a morfina. O carfentanil, por sua vez, é 10 mil vezes mais potente do que morfina.

O presidente estadunidense Donald Trump declarou a crise dos opiáceos uma emergência nacional de saúde pública em 26 de outubro. A declaração incluiu maneiras de aumentar o acesso ao tratamento e impor requisitos mais rigorosos às prescrições de opiáceos.

A crise dos opiáceos tem sido alimentada principalmente pelos analgésicos prescritos, como OxyContin e Vicodin. 80% dos novos usuários de heroína começaram seu hábito com medicações prescritas. Quando as pílulas prescritas se esgotam ou se tornam muito caras na rua, o novo viciado as substitui por heroína e, mais recentemente, pelo fentanil.

Uma pesquisa de 2016 descobriu que 2,4 milhões de norte-americanos têm um transtorno de uso de opiáceos, de acordo com a Administração dos Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias.

“Juntos, enfrentaremos este desafio como uma família nacional com convicção, unidade e o compromisso de amar e apoiar os nossos vizinhos em momentos difíceis. Trabalhando juntos, venceremos essa epidemia de opiáceos”, disse Trump num comunicado em 20 de novembro.