Crise da Venezuela ameaça democracias próximas, afirmam especialistas

14/10/2020 03:54 Atualizado: 15/10/2020 03:58

Por Shareamerica

A democracia deve ser restaurada na Venezuela porque minar a democracia em qualquer lugar é uma ameaça à democracia em todos os lugares, dizem os especialistas.

“Este é um país onde Maduro não apenas assumiu o controle da maioria dos principais partidos da oposição e tentou substituir sua liderança por seus fantoches”, disse Michael G. Kozak do Departamento de Estado em 1 Setembro. “Ele atingiu ilegalmente o Conselho Nacional Eleitoral para administrar integralmente as eleições. Ainda não existe liberdade de imprensa. Não existe liberdade de expressão. Não existe liberdade de reunião”.

Os países vizinhos continuarão a pagar o preço pela instigação do regime ilegítimo de Maduro ao ouro ilegal e ao tráfico de drogas, disse Kozak em 15 de setembro. Essas operações criminosas destroem as comunidades venezuelanas locais e as nações fronteiriças, levando a um aumento da criminalidade.

Maduro também oferece um porto seguro para organizações terroristas como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) se espalharem pela Venezuela. Sua atividade terrorista se espalha em países como a Colômbia, semeando mais preocupação e caos.

Imigrantes venezuelanos que se dirigem ao Peru caminham pela Rodovia Pan-Americana em Tulcán, Equador, após cruzar da Colômbia, em 21 de agosto de 2018 (LUIS ROBAYO / AFP / Getty Images)

O êxodo em massa de venezuelanos que fogem de condições difíceis continuará e aumentará. Isso prejudica as economias de outros países da região e sobrecarrega os recursos dos países que hospedam esses refugiados.

Contendo doenças como o vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), também conhecido como o novo coronavírus, torna-se ainda mais difícil.

Até que o regime ilegítimo de Maduro deixe de manter o poder, a democracia continuará a erodir na Venezuela e a ameaçar os países vizinhos.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma sessão especial do conselho permanente em 29 de setembro para discutir a desintegração da democracia na Venezuela e os resultados da missão investigativa independente da ONU em 16 de setembro que encontrou motivos razoáveis ​​para acreditam que as forças controladas pelo regime cometeram violações generalizadas dos direitos humanos.

Cidadãos venezuelanos entram por Cúcuta (Colômbia), desde San Antonio del Táchira, Venezuela, pela ponte internacional Simón Bolívar (LUIS ACOSTA / AFP / Getty Images)

Muitos representantes dos Estados membros da União Europeia e especialistas da missão de averiguação da ONU à Venezuela concordaram que, do jeito que está, as condições atuais não garantem eleições parlamentares livres e justas em dezembro.

Enquanto as vozes dissidentes forem silenciadas e o povo venezuelano sofrer, concordaram, não haverá situação em que eleições parlamentares ou presidenciais livres e justas possam ser realizadas.

Eleições livres e justas são necessárias, disseram os participantes da reunião, para restaurar a humanidade e a paz na Venezuela e nas regiões vizinhas.

“No final, o sofrimento não tem cores políticas, não existem bons ditadores ou maus ditadores”, disse o líder da oposição venezuelana Julio Borges na sessão da OEA. “Existem ditadores e é por isso que a tortura e a perseguição são a mesma coisa”.

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