O Governo da Costa Rica ofereceu, nesta terça-feira (30) asilo político ao candidato de oposição venezuelano Edmundo González e à líder da oposição María Corina Machado, após tomar conhecimento de que existem ordens de captura contra eles.
“Fomos informados de que existem ordens de apreensão, de captura e de prisão contra María Corina Machado e Edmundo González na Venezuela. Por meio deste comunicado, o Governo da República anuncia que estamos dispostos a conceder asilo político, refúgio, na Costa Rica, tanto para María Corina Machado quanto para Edmundo González”, afirmou o chanceler Arnoldo André em um vídeo distribuído à imprensa.
O chanceler estendeu a oferta a “todos os outros perseguidos politicamente na Venezuela, especialmente aquelas pessoas que se encontram refugiadas na Embaixada da Argentina em Caracas”.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, responsabilizou nesta terça-feira (30) o candidato presidencial da oposição majoritária, Edmundo González Urrutia, pelas mortes – estimadas em 11 por organizações não governamentais – registradas nos protestos das últimas horas contra o resultado do órgão eleitoral no domingo, que ratificou o líder chavista no cargo.
Maduro também culpou a líder antichavista María Corina Machado pela violência desencadeada, em grande parte cometida por corpos policiais e militares que reprimiram manifestantes pacíficos com balas de borracha e gás lacrimogêneo, conforme constatou a Agência de notícias EFE, noticiando a partir de Caracas.
Após conhecer a proclamação de Nicolás Maduro como “presidente reeleito” no último domingo, o Governo da Costa Rica classificou como “fraudulento” o resultado do processo eleitoral e, na segunda-feira, uniu-se à Argentina, Chile, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai em uma declaração que exigia transparência.
O regime de Maduro classificou a declaração como “intervencionista” e ordenou a expulsão dos diplomatas desses sete países.
No entanto, a Costa Rica informou que desde 2020 suspendeu suas relações diplomáticas com a Venezuela, com o fechamento da embaixada, e que, no momento, as relações bilaterais se limitam ao âmbito consular, sendo conduzidas por seus consulados no Panamá e na Colômbia.
“Costa Rica suspendeu relações diplomáticas com o regime de Nicolás Maduro desde o ano 2020, com a retirada de um funcionário diplomático costarriquenho e o fechamento da Embaixada e Consulado, que se fez efetivo a partir de 1º de outubro de 2020”, informou o Ministério das Relações Exteriores costarriquenho em um comunicado.
O texto acrescenta que “em 2023 foram retomadas as relações consulares, não diplomáticas” e que, atualmente, “não há pessoal diplomático nem consular na Venezuela”.