A entrega de petróleo e produtos petrolíferos para a Coreia do Norte não deve ser reduzida, teria dito o embaixador de Moscou em Pyongyang conforme citado pela agência de notícias RIA na quarta-feira, 31 de janeiro, acrescentando que um fim total das entregas seria interpretado pela Coreia do Norte como um ato de guerra.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos introduziram uma série de sanções destinadas a reduzir o desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do Norte, inclusive procurando reduzir seu acesso ao petróleo bruto e produtos petrolíferos refinados.
“Não podemos reduzir mais as entregas”, disse o enviado da Rússia em Pyongyang, Alexander Matzegora, em entrevista citada pela RIA.
Leia também:
• Quem está por trás da transferência ilícita de petróleo para Coreia do Norte
• Pyongyang exporta carvão via Rússia para Coreia do Sul e Japão apesar das sanções
• China e URSS ajudaram Coreia do Norte a desenvolver seu programa de armas nucleares
As quotas estabelecidas pela ONU permitem que cerca de 540 mil toneladas de petróleo bruto por ano sejam entregues à Coreia do Norte a partir da China e mais 60 mil toneladas de produtos petrolíferos da Rússia, China e outros países, teria dito Matzegora, segundo a RIA.
“[Isto] é uma gota no oceano para um país de 25 milhões de pessoas”, disse Matzegora.
A escassez causaria sérios problemas humanitários, disse ele, acrescentando: “Representantes oficiais de Pyongyang deixaram claro que um bloqueio seria interpretado pela Coreia do Norte como uma declaração de guerra, com todas as consequências subsequentes.”
Na semana passada, os Estados Unidos impuseram novas sanções à Coreia do Norte, inclusive em seu ministério do petróleo bruto.
Em seu primeiro discurso anual do Estado da União para o Congresso dos Estados Unidos na terça-feira, 30 de janeiro, o presidente Donald Trump prometeu manter a pressão sobre a Coreia do Norte para prevenir seu desenvolvimento de mísseis balísticos e programa nuclear que possam ameaçar os Estados Unidos.
A Coreia do Norte condenou no sábado as sanções mais recentes dos EUA, e o vice-ministro das relações exteriores da Rússia, Igor Morgulov, disse que a Rússia não tinha a obrigação de cumprir as sanções produzidas pelos EUA.
O embaixador também negou as acusações de Washington de que Moscou, em violação às sanções da ONU, permitia que Pyongyang usasse os portos russos para transportar carvão.
“Nós verificamos duas vezes a evidência [dos EUA]. Descobrimos que os navios mencionados não entraram nos nossos portos, ou se eles o fizeram, eles estavam transportando carga que não tinha nada a ver com a Coreia do Norte”, disse ele.
A Reuters informou anteriormente que a Coreia do Norte enviou carvão para a Rússia no ano passado, que foi repassado à Coreia do Sul e ao Japão numa possível violação das sanções da ONU.
Leia também:
• Trump diz que Rússia está ajudando Coreia do Norte a contornar sanções
• EUA posicionam bombardeiros B-2 próximos à Coreia do Norte
• Grande número de norte-coreanos tenta fugir do país no ano novo
• Agência da Coreia do Norte levanta dinheiro para ‘fundo revolucionário’ do ditador
• Trate Kim Jong-un como um criminoso para consertar problema da Coreia do Norte, diz especialista