Coreia do Norte proíbe festas e entretenimento

23/11/2017 13:49 Atualizado: 27/11/2017 15:17

Como se a vida na Coreia do Norte não fosse suficientemente difícil, agora marcar encontros para beber, cantar ou outras formas de entretenimento foram proibidos, de acordo com uma agência de espionagem da Coreia do Sul.

O regime norte-coreano está reforçando medidas para controlar a população do isolado país como resposta ao endurecimento das sanções internacionais, conforme relatado pelo Serviço Nacional de Inteligência (NIS) durante uma reunião parlamentar em Seul em 20 de novembro, e divulgado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

“(Pyongyang) desenvolveu um sistema pelo qual os órgãos do partido relatam diariamente as dificuldades econômicas das pessoas e proibiram qualquer reunião relacionada ao consumo de álcool, ao canto e outros entretenimentos, além de fortalecer o controle das informações vindas do exterior”, apontou o NIS.

A agência de espionagem disse que o regime de Kim Jong-un pretende evitar qualquer impacto adverso que o aumento das sanções internacionais possa ter sobre os sentimentos dos norte-coreanos. O Estado está sendo submetido a sanções mais severas impostas pela comunidade internacional depois de uma série de ações provocativas que incluíram seu sexto e mais poderoso teste de armas nucleares realizado em 3 de setembro.

O relatório do NIS também informou sobre a inspeção realizada em uma instituição militar chave por Choe Ryong Hae, vice-presidente do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores devido à sua “atitude impura” e, como resultado, seus funcionários de alto escalão foram punidos.

As conclusões do relatório adicionam mais detalhes sobre o que 25 milhões de norte-coreanos precisam enfrentar sob o regime de Kim Jong-un.

Na semana passada, a cobertura da mídia sobre o estado de saúde de um soldado norte-coreano que escapou através da zona desmilitarizada de 4 km de largura deu algumas pistas sobre as condições de vida no país asiático.

O soldado, de aproximadamente vinte anos, foi baleado várias vezes enquanto fugia para o sul.

Médicos sul-coreanos que cuidaram de seus ferimentos disseram que ele estava infestado de vermes parasitas. Depois de realizar uma cirurgia no ferido, o cirurgião-chefe Lee Cook Jong mostrou fotos de alguns dos parasitas que estavam dentro dele, incluindo um de 27 cm de comprimento, informou a agência Reuters.

“Em meus mais de 20 anos de carreira como cirurgião, eu só vi uma vez algo parecido, e foi em um livro”, disse Lee.

Insegurança alimentar e desnutrição

Embora a grande maioria dos norte-coreanos sofra com a insegurança alimentar e a desnutrição, o Estado gasta mais de 20% de seu PIB em suas forças armadas.

Calcula-se que 18 milhões dos 25 milhões de habitantes do país dependem das rações distribuídas pelo governo, de acordo com relatório das Nações Unidas divulgado no início deste ano. Acredita-se que mais de um terço dos norte-coreanos (10,5 milhões de pessoas) sofrem de desnutrição, declarou a ONU.

Human Rights Watch descreve a Coreia do Norte como um dos Estados autoritários mais repressivos do mundo. Durante sete décadas, tem sido dominado pela família Kim e pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de novembro inseriu a Coreia do Norte na lista negra dos Estados que patrocinam o terrorismo.

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