A Coreia do Norte está furiosa sobre as notícias de que o Japão está fazendo uma série de investimentos em sua Força de Autodefesa que lhe dão melhores capacidades ofensivas diante das ameaças da Coreia do Norte.
Entre as atualizações, o Japão poderia converter seus transportadores de helicópteros em porta-aviões com a compra de aviões de combate F-35B, capazes de realizarem decolagem vertical.
O Japan Times informou sobre a medida no final de dezembro e, em 10 de janeiro, a mídia estatal norte-coreana disse que “os reacionários japoneses” estavam preparando “operações militares para agressão em qualquer região e a qualquer momento à vontade”.
O jornal norte-coreano Minju Joson é uma publicação especializada para o alto círculo do regime norte-coreano, mantendo o gabinete e altos funcionários sintonizados com o pensamento de Kim Jong-un.
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A possibilidade de que o Japão pudesse obter uma capacidade ofensiva com a compra de F-35Bs, o que permitiria que a nação de quatro ilhas projetasse seu poder aéreo além de suas costas, provocou tremores entre a liderança norte-coreana.
O editorial também apontou para o plano do Ministério da Defesa do Japão para criar uma unidade especializada que comandaria a guerra espacial, cibernética e eletrônica e a possibilidade de o Japão produzir seus próprios mísseis de cruzeiro de longo alcance.
O comentário não menciona as ameaças anteriores da Coreia do Norte em relação ao Japão, incluindo uma declaração em setembro pedindo a aniquilação nuclear do Japão.
“As quatro ilhas do arquipélago devem ser afundadas no mar pela bomba nuclear do Juche. Já não é necessário que o Japão exista perto de nós”, escreveu o Comitê das Relações Exteriores e da Propaganda da Coreia do Norte numa declaração de setembro de 2017. “Juche” é a ideologia oficial da Coreia do Norte e geralmente é traduzida como “autossuficiência”.
O comentário do Minju Joson denuncia as atualizações militares do Japão como um ato perigoso voltado para a expansão ultramarina.
“O objetivo buscado pelo Japão, interessado na ambição pela agressão no exterior, está transformando o país num gigante militar.”
A Coreia do Norte tem uma história problemática com o Japão devido à colonização japonesa na Península Coreana de 1910 até o final da 2ª Guerra Mundial em 1945.
Mas depois da 2ª Guerra Mundial, o Japão transitou para uma democracia de mercado livre, um dos cinco territórios asiáticos a chegar ao top 50 do Índice de Liberdade Humana do Instituto Cato para 2016, juntamente com Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Cingapura.
O editorial alega que a agressão no exterior do Japão está se tornando “uma realidade definitiva”.
A Coreia do Norte frequentemente ameaça o Japão, que é culpado principal após apenas os Estados Unidos como um bode expiatório para os males em curso no país, incluindo as políticas estatais desastrosas que deixaram a grande maioria da população fora da cidade de Pyongyang, a capital norte-coreana, em constante estado de fome.
Outras reportagens recentes da mídia norte-coreana visaram a Coreia do Sul por compartilhar informações com os Estados Unidos e o Japão, e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe para garantir capacidades para um ataque preventivo.
A Coreia do Norte usou a aliança militar entre os Estados Unidos e o Japão, e entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, em seu esforço contínuo para manter os norte-coreanos num estado constante de medo de invasão.
Os norte-coreanos têm sido informados de um ataque de forças dos EUA e, portanto, exige que a nação inteira sacrifique seu tempo e recursos para manter-se em constante prontidão militar.
A política “songun”, ou os militares em primeiro lugar, da Coreia do Norte vê as necessidades militares como prioritárias em detrimento de todas as outras necessidades da sociedade. E é a principal ideia que o regime usa para justificar suas políticas repressivas.
O Japão tem enfrentado ameaças constantes da Coreia do Norte à medida que a atual crise nuclear se intensificou.
Essas ameaças incluem a Coreia do Norte ter disparado dois mísseis balísticos sobre o território do Japão e a queda de seu míssil mais poderoso até hoje a cerca de 200 milhas náuticas da costa japonesa em 28 de novembro.
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