Coreia do Norte cada vez mais preocupada com forças militares do Japão

27/12/2017 03:17 Atualizado: 27/12/2017 03:17

O regime norte-coreano está cada vez mais preocupado com as atualizações das forças armadas do Japão, bem como possíveis mudanças nas diretrizes de defesa nacional do país vizinho.

Desde a sua rendição na 2ª Guerra Mundial, o Japão apenas manteve uma força militar defensiva.

No entanto, com as intimidações crescentes da Coreia do Norte, que tem ameaçado frequentemente nos últimos meses atacar o Japão com uma arma nuclear, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que a situação atual será reavaliada.

Abe espera acelerar um debate sobre a revisão das diretrizes de defesa nacional do Japão no início de 2018.

Japão, Coreia do Norte, corrida armamentista - Um soldado das Forças de Autodefesa do Japão participa de exercícios militares na Base Aérea Yokota da Força Aérea dos EUA, em Fussa, nos arredores de Tóquio, Japão, em 29 de agosto de 2017 (Issei Kato/Reuters)
Um soldado das Forças de Autodefesa do Japão participa de exercícios militares na Base Aérea Yokota da Força Aérea dos EUA, em Fussa, nos arredores de Tóquio, Japão, em 29 de agosto de 2017 (Issei Kato/Reuters)

Suas diretrizes de defesa anteriores foram estabelecidas em 2013 e deveriam durar uma década antes da próxima revisão, mas isso pode mudar, dada a ameaça atual da Coreia do Norte.

O regime norte-coreano suscitou preocupação em sua mídia estatal sobre o Japão fazer uma revisão militar mais cedo do que o cronograma de 10 anos.

O regime está preocupado com o fato de o Japão aumentar sua “compra de armas dos EUA” e melhorar a “cooperação Japão-EUA”.

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No mês passado, o regime norte-coreano disparou um míssil balístico intercontinental (ICBM) para o espaço, que em seguida reentrou na atmosfera e caiu nas águas do Japão.

Durante o ano passado, o Japão já aumentou significativamente seus militares, o suficiente para preocupar o regime em Pyongyang.

Em junho, o Japão produziu seu primeiro avião de combate F-35, montado numa fábrica da Mitsubishi Heavy Industries em Toyoyama, com a assistência técnica da Lockheed Martin.

Japão, Coreia do Norte, corrida armamentista - O primeiro caça furtivo F-35A montado no Japão foi revelado numa fábrica da Mitsubishi Heavy Industries em Toyoyama, prefeitura de Aichi, Japão, em 5 de junho de 2017 (STR/AFP/Getty Images)
O primeiro caça furtivo F-35A montado no Japão foi revelado numa fábrica da Mitsubishi Heavy Industries em Toyoyama, prefeitura de Aichi, Japão, em 5 de junho de 2017 (STR/AFP/Getty Images)

Em novembro, os Estados Unidos haviam alocado 16 caças F-35 no Japão.

O Japão está atualmente considerando mudar seu maior navio de guerra equipado com uma plataforma de voo plana para um transportador de aeronaves adequado para os caças F-35.

Devido à capacidade do F-35 de decolar e aterrissar verticalmente, o transportador de helicópteros poderia ser convertido num porta-aviões.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe desenvolveu uma relação estreita com o presidente estadunidense Donald Trump e o Japão participou de vários exercícios militares na região nos últimos meses.

Após uma visita de dois dias de Trump no Japão em novembro, a nação nipônica anunciou que emitiria um novo conjunto de sanções contra indivíduos e organizações norte-coreanos.

Japão, Coreia do Norte, corrida armamentista - Dois bombardeiros estadunidenses B-1B, parte do 9º Esquadrão Expedicionário Bombardeiro, enviados da Base Dyess da Força Aérea no Texas, voam com um avião de combate F-2 Koku Jieitai (da Força Aérea de Autodefesa do Japão) no Mar do Leste da China, em 7 de julho de 2017 (Força Aérea de Autodefesa do Japão)
Dois bombardeiros estadunidenses B-1B, parte do 9º Esquadrão Expedicionário Bombardeiro, enviados da Base Dyess da Força Aérea no Texas, voam com um avião de combate F-2 Koku Jieitai (da Força Aérea de Autodefesa do Japão) no Mar do Leste da China, em 7 de julho de 2017 (Força Aérea de Autodefesa do Japão)

“A questão nuclear e de mísseis norte-coreana é uma nova e premente ameaça”, disse o secretário do gabinete, Yoshihide Suga, na época. “Suas ações provocativas, nas quais ignorou as advertências severas da sociedade internacional, são totalmente inaceitáveis.”

Suga disse que a medida ocorreu em função da visita de Trump, como uma forma de mostrar a determinação das duas nações de manterem-se unidas e aumentarem a pressão sobre Pyongyang.

No Japão, o presidente Trump reiterou o compromisso dos Estados Unidos de trabalhar com o Japão e a Coreia do Sul contra a ameaça da Coreia do Norte.

Trump disse que o Japão comprará mais equipamentos militares dos EUA. Ele disse que, por um lado, isso os ajudará a manterem-se seguros com os equipamentos mais avançados do mundo e, por outro lado, ajudará a reduzir o déficit comercial que os Estados Unidos têm com o Japão e criará empregos nos EUA.