O regime norte-coreano está cada vez mais preocupado com as atualizações das forças armadas do Japão, bem como possíveis mudanças nas diretrizes de defesa nacional do país vizinho.
Desde a sua rendição na 2ª Guerra Mundial, o Japão apenas manteve uma força militar defensiva.
No entanto, com as intimidações crescentes da Coreia do Norte, que tem ameaçado frequentemente nos últimos meses atacar o Japão com uma arma nuclear, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que a situação atual será reavaliada.
Abe espera acelerar um debate sobre a revisão das diretrizes de defesa nacional do Japão no início de 2018.
Suas diretrizes de defesa anteriores foram estabelecidas em 2013 e deveriam durar uma década antes da próxima revisão, mas isso pode mudar, dada a ameaça atual da Coreia do Norte.
O regime norte-coreano suscitou preocupação em sua mídia estatal sobre o Japão fazer uma revisão militar mais cedo do que o cronograma de 10 anos.
O regime está preocupado com o fato de o Japão aumentar sua “compra de armas dos EUA” e melhorar a “cooperação Japão-EUA”.
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No mês passado, o regime norte-coreano disparou um míssil balístico intercontinental (ICBM) para o espaço, que em seguida reentrou na atmosfera e caiu nas águas do Japão.
Durante o ano passado, o Japão já aumentou significativamente seus militares, o suficiente para preocupar o regime em Pyongyang.
Em junho, o Japão produziu seu primeiro avião de combate F-35, montado numa fábrica da Mitsubishi Heavy Industries em Toyoyama, com a assistência técnica da Lockheed Martin.
Em novembro, os Estados Unidos haviam alocado 16 caças F-35 no Japão.
O Japão está atualmente considerando mudar seu maior navio de guerra equipado com uma plataforma de voo plana para um transportador de aeronaves adequado para os caças F-35.
Devido à capacidade do F-35 de decolar e aterrissar verticalmente, o transportador de helicópteros poderia ser convertido num porta-aviões.
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe desenvolveu uma relação estreita com o presidente estadunidense Donald Trump e o Japão participou de vários exercícios militares na região nos últimos meses.
Após uma visita de dois dias de Trump no Japão em novembro, a nação nipônica anunciou que emitiria um novo conjunto de sanções contra indivíduos e organizações norte-coreanos.
“A questão nuclear e de mísseis norte-coreana é uma nova e premente ameaça”, disse o secretário do gabinete, Yoshihide Suga, na época. “Suas ações provocativas, nas quais ignorou as advertências severas da sociedade internacional, são totalmente inaceitáveis.”
Suga disse que a medida ocorreu em função da visita de Trump, como uma forma de mostrar a determinação das duas nações de manterem-se unidas e aumentarem a pressão sobre Pyongyang.
No Japão, o presidente Trump reiterou o compromisso dos Estados Unidos de trabalhar com o Japão e a Coreia do Sul contra a ameaça da Coreia do Norte.
Trump disse que o Japão comprará mais equipamentos militares dos EUA. Ele disse que, por um lado, isso os ajudará a manterem-se seguros com os equipamentos mais avançados do mundo e, por outro lado, ajudará a reduzir o déficit comercial que os Estados Unidos têm com o Japão e criará empregos nos EUA.