O regime da Coreia do Norte ameaçou novamente os Estados Unidos, desta vez com um ataque nuclear preventivo.
A ameaça vem num momento em que a Coreia do Norte parece preocupada com o próprio futuro, mas não quer abrir mão do seu programa de armas nucleares.
Num artigo publicado pela mídia estatal norte-coreana KCNA, o regime afirmou: “Um ataque nuclear preventivo da irredutível RPDC [República Popular Democrática da Coreia] contra seus provocadores não é simples conversa fiada.”
No mês passado, o regime norte-coreano lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) que deixou e retornou à atmosfera terrestre, dando provas de que o míssil poderia chegar a qualquer parte dos Estados Unidos.
No entanto, o mesmo artigo revelou também a fraqueza da Coreia do Norte, que é o medo crescente de um conflito militar.
O artigo da mídia estatal fez tremendo esforço citando estatísticas de como uma guerra seria desastrosa, comparando-a com a 2ª Guerra Mundial.
Nos últimos meses, o regime da Coreia do Norte demonstrou, em particular e publicamente, crescente preocupação com a perspectiva de uma guerra que certamente perderá.
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Num comentário publicado pela KCNA no mês passado, a Coreia do Norte levantou preocupações sobre o aumento dos recursos militares dos EUA na região.
O regime falou sobre o “perigo dos EUA deslocarem seus recursos estratégicos para a Península Coreana”.
O regime comunista também disse que os recursos estratégicos dos EUA se tornaram cada vez mais “perigosos do que antes na estimativa de seu… tamanho e conteúdo”.
Desde o início do seu mandato em janeiro, o presidente estadunidense Donald Trump assumiu uma posição firme contra o regime norte-coreano. Ele exigiu a completa desnuclearização do regime como a única solução para a crise.
Sob as gestões anteriores, a Coreia do Norte conseguiu fazer acordos em benefício próprio. Em troca de aparentemente pausar seu programa de armas nucleares, ela recebeu ajuda financeira e material. Essa ajuda foi utilizada durante anos para sustentar o regime e manter seu poder.
O aumento das ameaças da Coreia do Norte poderia indicar uma estratégia da sua parte para tentar obter um acordo semelhante da gestão atual.
Isso parece altamente improvável, já que Trump indicou que está determinado a resolver o problema que seus predecessores não conseguiram.
Uma ameaça militar viável tem sido uma parte fundamental da estratégia da Trump em lidar com a Coreia do Norte. Apesar de exigir a completa desnuclearização da Península Coreana, Trump espera poder alcançar isso por meio de negociações com o regime.
Isso inclui a alocação de mais recursos militares na região, como jatos de combate F-35 no Japão. Nos últimos meses, os Estados Unidos também aumentaram sua presença naval na região, implantando seus três principais porta-aviões e suas forças conjuntas de ataque. Os Estados Unidos também deslocaram vários submarinos nucleares para a região.
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Trump usou a ameaça da Coreia do Norte como um exemplo da necessidade de aumentar os gastos militares e melhorar as forças armadas defasadas do país após anos de cortes no orçamento e redução do contingente. Na semana passada, Trump assinou a Lei de Autorização da Defesa Nacional que, se financiada pelo Congresso, aumentaria as despesas militares em 2018 para quase US$ 700 bilhões.
O projeto de lei inclui um aumento geral dos gastos militares e a aquisição de novos equipamentos de defesa. Entre as despesas orçamentadas estão os caças F-35 Joint Strike, veículos de combate terrestre e submarinos da classe Virgínia.