Coreia do Norte admite sentir-se intimidada pela pressão dos EUA

16/11/2017 20:00 Atualizado: 16/11/2017 20:01

Numa atitude inesperada, o regime norte-coreano admitiu estar preocupado com a pressão militar dos Estados Unidos impulsionada pelo presidente Donald Trump.

Durante décadas, a Coreia do Norte conseguiu desenvolver seu programa nuclear sem uma ameaça séria de retaliação. O regime conseguiu fazer acordos com líderes norte-americanos, os quais posteriormente violou, com pouca ou nenhuma consequência.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump adotou uma abordagem diferente para a Coreia do Norte. Ele exige sua completa desnuclearização. Além de buscar uma solução diplomática, ele usou sanções econômicas e a ameaça da força militar para pressionar a Coreia do Norte para a mesa de negociações.

Embora a Coreia do Norte até agora se recuse a dialogar sobre o seu programa de armas nucleares, há sinais de que o regime está lutando para lidar com a pressão.

Depois de ameaçar atacar os Estados Unidos e seus aliados na região há anos, a Coreia do Norte agora parece preocupada com a perspectiva de guerra.

Em sua mídia controlada pelo Estado, o regime em Pyongyang disse que Trump está criando um “feroz monstro de guerra”, acrescentando: “A península coreana e a Ásia-Pacífico estão à margem de uma guerra nuclear.”

O regime em Pyongyang parece estar especialmente preocupado com os Estados Unidos estarem modernizando e atualizando seu arsenal nuclear.

O arsenal nuclear envelhecido dos EUA, o segundo maior do mundo, precisa ser modernizado. Trump ordenou que os militares colocassem o arsenal nuclear em boas condições novamente.

Um míssil balístico nuclear Titan II desativado é visto num silo no Titan Missile Museum em Green Valley, Arizona, em 12 de maio de 2015 (Brendan Smialowski/AFP/Getty Images)
Um míssil balístico nuclear Titan II desativado é visto num silo no Titan Missile Museum em Green Valley, Arizona, em 12 de maio de 2015 (Brendan Smialowski/AFP/Getty Images)

Claramente, a liderança da Coreia do Norte está acompanhando de perto os desenvolvimentos nos Estados Unidos. Sua mídia estatal apresentou com detalhes os aumentos nos gastos militares dos EUA.

“O projeto de modernização nuclear inclui a substituição do submarino da Classe Ohio e do míssil balístico Minuteman 3 e o desenvolvimento do mais recente bombardeiro B-21 para bombas convencionais e nucleares e um novo tipo de míssil nuclear de cruzeiro”, informou a mídia norte-coreana.

Uma parte fundamental da estratégia de Trump é a doutrina da “paz por meio da força”. Ao renovar as forças armadas norte-americanas, que foram prejudicadas por anos de cortes de gastos, ele espera que adversários como a Coreia do Norte e o Irã pensem duas vezes antes de lançar um ataque. Isso, de fato, ajudaria a evitar ações militares.

O presidente Donald Trump na Casa Branca em 25 de outubro de 2017 (Samira Bouaou/The Epoch Times)
O presidente Donald Trump na Casa Branca em 25 de outubro de 2017 (Samira Bouaou/The Epoch Times)

“Coisas que deveriam ter sido adquiridas nos últimos dez anos, estamos correndo atrás agora. Nós temos o melhor equipamento militar no mundo e atualmente somos os maiores de todos os compradores”, disse Trump em 7 de setembro.

O Departamento de Defesa disse que o aumento das despesas é necessário para “continuar a reconstruir a prontidão de guerra… corrigindo os buracos criados por cortes em orçamentos anteriores”.

O orçamento de defesa proposto para 2018 inclui 70 aviões F-35 Joint Strike Fighter com um custo projetado de 10,3 bilhões de dólares, dois submarinos da Classe Virgínia com um custo de 5,5 bilhões, bem como um porta-aviões da Classe CBN-78 com um custo de 4,6 bilhões.

Os Estados Unidos também estão aumentando seus gastos militares em sistemas de defesa antimíssil em resposta às ameaças nucleares da Coreia do Norte.