Coreia do Sul coordenará medidas com OTAN em resposta à parceria entre Pyongyang e Moscou

Por Agência de Notícias
21/10/2024 17:36 Atualizado: 21/10/2024 17:36

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse nesta segunda-feira (21) que coordenará com a OTAN as “contramedidas” para a intensificação da colaboração entre Pyongyang e Moscou e o envio de tropas norte-coreanas para lutar ao lado das tropas russas na Ucrânia.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia e o alinhamento imprudente entre Rússia e Coreia do Norte confirmaram novamente que a segurança das regiões do Indo-Pacífico e do Atlântico estão indissoluvelmente conectadas. Isso prejudica a ordem internacional baseada em regras, ameaça a paz na península coreana e em todo o mundo, e nosso governo jamais permitirá que isso aconteça sem fazer algo a respeito”, afirmou Yoon durante um telefonema com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.

O telefonema entre Rutte e Yoon ocorreu depois que o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) sul-coreano informou, na última sexta-feira, que a Coreia do Norte decidiu enviar um total de 12 mil militares para a frente ucraniana para apoiar a Rússia na guerra e já começou a transferir essas tropas.

A informação foi divulgada depois que fontes ucranianas e o próprio presidente, Volodymyr Zelensky, advertirem nos dias anteriores que Pyongyang forneceria tropas para lutar na Ucrânia.

Yoon disse a Rutte que a Coreia do Sul tomará “medidas em fases”, dependendo do nível de cooperação entre Pyongyang e Moscou, e expressou sua disposição de coordenar “medidas práticas de resposta” com a OTAN e seus membros.

Em junho deste ano, o governo sul-coreano insinuou a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia devido ao acordo de assistência mútua de defesa assinado entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, embora até agora Seul tenha mantido sua política de oferecer a Kiev apenas ajuda humanitária e material não letal.

Rutte, por sua vez, afirmou a Yoon que enviar tropas norte-coreanas para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia “seria uma escalada significativa”, explicou o secretário-geral da OTAN em mensagem na rede social X. Ele também disse que conversou com Yoon sobre “a estreita parceria da OTAN com Seul, a cooperação industrial de defesa e a interconexão da segurança euro-atlântica e indo-pacífica”.

O líder sul-coreano e o chefe da OTAN concordaram em acompanhar atentamente todos os acontecimentos da cooperação entre Moscou e Pyongyang, e Yoon se ofereceu para nomear uma delegação para compartilhar com a OTAN as informações disponíveis para as autoridades sul-coreanas.

Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul convocou o embaixador russo no país asiático para expressar a insatisfação de Seul com a transferência de tropas norte-coreanas para o território russo com o objetivo aparente de enviá-las para a linha de frente na Ucrânia para apoiar Moscou na invasão.