A Coreia do Norte lançou na manhã de quinta-feira o que pareciam ser dois mísseis balísticos em sua costa leste, afirmaram os militares da Coreia do Sul e do Japão, marcando a sexta rodada de lançamentos de armas nucleares do regime este mês.
Dois prováveis mísseis balísticos foram lançados por volta das 8h, horário local, perto de Hamhung, a segunda maior cidade da Coreia do Norte em sua costa leste, e viajaram por cerca de 190 quilômetros (118 milhas) até uma altitude máxima de 20 quilômetros (12 milhas), os Chefes do Estado Maior Conjunto da Coreia do Sul afirmaram.
Os suspeitos mísseis balísticos pareciam ter pousado fora da zona econômica exclusiva do Japão, declarou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou que o governo ainda está investigando lançamentos, mas que quaisquer testes de mísseis balísticos são “profundamente lamentáveis” e violam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Apenas dois dias antes, militares da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro ao mar de sua costa leste. Os mísseis de cruzeiro não são proibidos pelas resoluções da ONU.
E no dia 11 de janeiro, afirmaram os militares da Coreia do Sul e do Japão, a Coreia do Norte lançou um projétil não identificado em sua costa leste. Esse relatório veio menos de uma semana após a Coreia do Norte disparar o que alegou ser um míssil “hipersônico”.
Os lançamentos da Coreia do Norte com armas nucleares este mês seguem uma série de testes de armas do ano passado, que destacaram como Kim Jong Un continua a expandir suas capacidades militares em meio a um bloqueio pandêmico autoimposto e às negociações nucleares com os Estados Unidos.
No início deste mês, a missão dos EUA nas Nações Unidas, ao lado da França, Irlanda, Japão, Reino Unido e Albânia, denunciou um lançamento de míssil pela Coreia do Norte em um comunicado conjunto.
“Essas ações aumentam o risco de erro de cálculo e escalada e representam uma ameaça significativa à estabilidade regional”, afirmou a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, no dia 10 de janeiro, acrescentando que esses testes expandem o que a Coreia do Norte pode oferecer aos traficantes de armas ilícitas globalmente.
“[A Coreia do Norte] faz esses investimentos militares às custas do bem-estar do povo norte-coreano”, declarou Thomas-Greenfield.
Em um discurso na Conferência sobre Desarmamento patrocinada pela ONU, na terça-feira, o embaixador da Coreia do Norte para a ONU em Genebra, Han Tae Song, acusou os Estados Unidos de realizar centenas de “exercícios de guerra conjuntos” enquanto enviavam equipamentos militares ofensivos de alta tecnologia para a Coreia do Sul e armas nucleares estratégicas para a região.
“[Isso] está ameaçando seriamente a segurança de nossa nação”, afirmou Han sobre as armas nucleares na Coreia do Norte.
A Coreia do Norte não lançou mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance (ICBMs) adicionais ou testou armas nucleares desde 2017, mas começou a testar uma série de mísseis de curto alcance após as negociações de desnuclearização pararem, posteriormente a cúpula fracassada com os Estados Unidos em 2019.
Mark Lambert, vice-secretário de Estado adjunto dos EUA para Japão e Coreia, afirmou que Washington deixou “muito claro” a Pyongyang a necessidade de ter discussões “sérias” sobre os testes de armas proibidos.
“Nós iremos a qualquer lugar. Nós vamos falar sobre qualquer coisa. Não temos reservas”, afirmou Lambert. “Temos que ter uma discussão séria sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, e se a Coreia do Norte estiver disposta a fazer isso, todo tipo de coisa promissora pode acontecer”.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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