A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (data local) que seus disparos de artilharia da véspera em áreas próximas à fronteira intercoreana foram uma “séria advertência” para a Coreia do Sul em resposta às manobras que o país vizinho está desenvolvendo.
Em um comunicado divulgado horas após os disparos, os militares norte-coreanos disseram que ordenaram que suas unidades no leste e oeste disparassem “tiros ameaçadores e de advertência” no mar como “uma poderosa contramedida militar” aos exercícios de Seul, os quais tachou de “provocação”.
“A situação na península coreana está piorando devido às repetidas provocações militares dos inimigos na zona avançada”, afirmou um porta-voz do Estado-Maior da Coreia do Norte, que assegurou ter detectado ontem dezenas de projéteis do Sul disparados de múltiplos lançadores por mais de sete horas.
A Coreia do Sul iniciou na segunda-feira as manobras anuais de Hoguk, que durarão até 28 de outubro e contam com a participação de unidades do Exército, da Aeronáutica, da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais, além de algumas tropas dos Estados Unidos.
No dia anterior, as Forças Armadas da Coreia do Sul relataram que Pyongyang disparou cerca de 150 tiros de artilharia de áreas de fronteira em direção às águas do Mar Amarelo e do Mar do Japão.
Como tem acontecido nos últimos dias, Seul afirmou que os tiros acabaram em águas ao longo das fronteiras marítimas leste e oeste que ambos os países delimitaram em um acordo militar assinado em 2018 no qual prometeram evitar manobras ou exercícios com fogo real nessas áreas.
Nesse sentido, o Estado-Maior Conjunto sul-coreano reiterou que esses exercícios novamente representam “uma clara violação” do referido acordo militar.
Na sexta-feira passada, o Exército norte-coreano lançou um míssil balístico (o nono projétil disparado em um período de 20 dias) e também realizou manobras aéreas e disparos de artilharia ao longo da fronteira em resposta a outros exercícios com fogo real de Seul.
A tensão na região está atingindo níveis semelhantes aos de 2017 como resultado do aumento da frequência de lançamentos de projéteis pela Coreia do Norte, as respostas do Sul e a possibilidade de um novo teste atômico, que seria o primeiro em cinco anos.
A Coreia do Norte, que está completamente isolada do exterior desde o início da pandemia e aprovou um plano de modernização de armas em 2021, recusou-se a retomar o diálogo com a Coreia do Sul ou os EUA e, segundo satélites, está preparada há meses para fazer um novo teste nuclear.
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