Corbyn confirma que rejeitará acordo do Brexit e pedirá eleições

De acordo com o líder do Partido Trabalhista, se o texto definido por May com Bruxelas for rejeitado pelo conjunto do Parlamento em uma votação em dezembro, os trabalhistas "pedirão eleições gerais"

19/11/2018 20:58 Atualizado: 19/11/2018 20:58

Por Agência EFE

O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, confirmou nesta segunda-feira (19) que a formação rejeitará na Câmara dos Comuns o acordo do Brexit negociado pelo governo e, caso não seja aprovado, pedirá eleições gerais.

Corbyn pronunciou um discurso no encerramento do congresso anual em Londres da patronal de empresários Confederação da Indústria Britânica (CBI, em inglês), onde pela manhã discursou a primeira-ministra, Theresa May.

De acordo com Corbyn, se o texto definido por May com Bruxelas for rejeitado pelo conjunto do Parlamento em uma votação em dezembro, os trabalhistas “pedirão eleições gerais”.

“Se isso não for adiante, todas as opções seguem sobre a mesa”, inclusive uma consulta popular sobre os termos da saída da União Europeia (UE), se bem que esta não é a opção preferida pelo partido, declarou.

Corbyn afirmou que o acordo de May, que hoje recebeu o apoio da CBI, é “um mergulho”, “o pior dos dois mundos” e “não oferece proteção nem para os trabalhadores nem para o meio ambiente”. Além disso, lamentou que sejam impostas restrições à ajuda estatal a setores necessitados.

O dirigente trabalhista declarou aos empresários que o seu partido negociaria um acordo que garanta “uma união aduaneira permanente” e “uma estreita relação com o mercado único”, ao mesmo tempo em que transformaria a economia do Reino Unido para “repartir a riqueza”.

A secretária-geral da CBI, Carolyn Fairbairn, disse que a patronal, que representa cerca de 190 mil empresas, está “em desacordo” com “muitos aspectos” das propostas trabalhistas, mas se mostrou disposta a “seguir conversando”.

Apesar das críticas políticas generalizadas, May conseguiu o apoio da CBI ao seu acordo preliminar do Brexit, que determina os termos da saída do Reino Unido da UE e a base da futura relação comercial, com um período de transição prorrogável.

O presidente da patronal, John Allan, afirmou diante do congresso que, embora o texto “não seja perfeito”, dá certeza às empresas e é melhor “do que nenhum”.