Uma investigação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Colômbia concluiu que a campanha eleitoral que levou Gustavo Petro à presidência em 2022 violou os limites de gastos estabelecidos por lei e recorreu a fontes de financiamento proibidas.
De acordo com informações reveladas nesta segunda-feira pelo jornalista Daniel Coronell na “W Radio”, a investigação realizada pelo CNE, liderada pelo magistrado do Partido Liberal Benjamín Ortiz e Álvaro Hernán, do uribista Centro Democrático, chegou à conclusão de que a campanha de Petro excedeu os limites em mais de 5,3 bilhões de pesos (cerca de R$ 7,16 milhões) e também recebeu contribuições de pessoas jurídicas, algo explicitamente proibido pela lei eleitoral.
Dessa forma, durante o primeiro turno, a campanha supostamente ultrapassou 3,7 bilhões de pesos (R$ 5 milhões) e houve sete violações, incluindo a não declaração de uma contribuição de 500 milhões de pesos (R$ 676 mil) do principal sindicato da educação, o Fecode, e outra contribuição do mesmo valor do partido Polo Democrático, que faz parte da coalizão de governo.
Xavier Vendrell, um político catalão que está sendo investigado pelo que aconteceu durante o processo independentista catalão e próximo a Petro, está ligado às irregularidades, especificamente por não ter relatado o pagamento de testemunhas eleitorais durante a campanha.
Durante o segundo turno das eleições, os limites máximos também foram ultrapassados em 1,6 bilhão de pesos (R$ 2,16 milhões) e cinco violações foram cometidas.
Entre as violações, além do fato de que os pagamentos às testemunhas eleitorais gerenciadas por Vendrell não foram relatados, o custo total do aluguel da Movistar Arena, que foi usada por Petro para comemorar os resultados do segundo turno e que custou 250 milhões de pesos (quase R$ 338 mil) e apenas 150 milhões de pesos (R$ 202 mil) foram registrados.
De acordo com os relatórios da “W Radio” sobre a investigação do CNE, que ainda não foram publicados, também faltariam relatórios sobre os voos particulares do agora presidente durante a campanha para participar de eventos de campanha.
O CNE é o órgão competente para investigar partidos, gerentes de campanha e candidatos, mas o presidente tem imunidade, portanto, a competência exclusiva para investigar Petro criminal e disciplinarmente neste momento é da Comissão de Investigação e Acusação da Câmara dos Deputados, que tem uma aberta sobre o assunto.
No entanto, o CNE alega que pode investigar tanto a campanha quanto o presidente no campo administrativo, como já fez com a campanha dos ex-presidentes Iván Duque e Juan Manuel Santos, e assim impor multas ou devolução de dinheiro.