Conselho de Segurança da ONU vota unanimemente por novas sanções à Coreia do Norte

23/12/2017 20:38 Atualizado: 23/12/2017 20:38

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) votou por unanimidade na sexta-feira para impor novas sanções ao regime norte-coreano após o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) em 28 de novembro.

Sob a resolução, apenas um total 500 mil barris de produtos petrolíferos refinados por ano podem ser vendidos para a Coreia do Norte, uma queda acentuada dos dois milhões de barris que foram permitidos pelas sanções anteriores do Conselho de Segurança da ONU em setembro.

Além disso, a resolução elaborada pelos EUA limita as vendas globais de petróleo bruto para a Coreia do Norte em 4 milhões de barris para 2018.

O lançamento do ICBM em novembro pela Coreia do Norte foi o mais avançado até o momento e permite que o regime atinja qualquer lugar do mundo, de acordo com o secretário de defesa dos EUA, Jim Mattis.

Leia também:
• Norte-coreanos indicam que preferem ser sul-coreanos
• O triste estado dos famintos soldados da Coreia do Norte
• Desertora norte-coreana revela à ONU como foi forçada a abortar na prisão

Além dos limites das vendas de petróleo, as novas sanções incluem também o repatriamento forçado de norte-coreanos que trabalham fora do país no prazo de 24 meses. Ao longo dos anos, o regime norte-coreano enviou milhares de trabalhadores principalmente à China e à Rússia para trabalhar de fato como escravos, enquanto seus ganhos ou salários são recolhidos pelo regime.

Espera-se que as sanções tenham um impacto significativo na economia já vacilante do isolado regime comunista.

“Se forem aplicados, os limites do petróleo serão devastadores para a indústria de transporte da Coreia do Norte, para os norte-coreanos que usam geradores em casa ou para atividades produtivas e (empresas estatais) que fazem o mesmo”, disse Peter Ward, um colunista do NK News, um website que rastreia a Coreia do Norte.

A repatriação forçada de trabalhadores estrangeiros também cortaria fontes vitais de moeda estrangeira e investimento, não só para o governo, mas também para a economia de mercado emergente na Coreia do Norte, disse ele.

“Se essas sanções forem aplicadas, elas impedirão e ameaçarão o desenvolvimento econômico da Coreia do Norte.”

As sanções anteriores, no entanto, não dissuadiram o regime em Pyongyang de prosseguir com seu programa de armas nucleares.

No entanto, essas sanções podem chamar a atenção do ditador Kim Jong-un, uma vez que uma economia estável é necessária para manter a lealdade da elite do Partido Comunista.

Rússia e China, dois dos aliados mais próximos da Coreia do Norte, votaram a favor da resolução.

Leia também:
• Trabalho em túneis sugere novo teste nuclear a caminho na Coreia do Norte
• Ataque preventivo, decapitar liderança e outras opções para reduzir mortalidade numa guerra com Coreia do Norte

O presidente estadunidense Donald Trump queria restrições mais significativas desde setembro sobre a venda de petróleo para a Coreia do Norte, depois que o regime realizou um teste nuclear subterrâneo em 2 de setembro de 2017, que se afirmou ser de uma bomba de hidrogênio. Naquela época, no entanto, a China e a Rússia se opuseram às restrições de petróleo que eram de grande alcance.

Sinais do aumento da agitação na Coreia do Norte foram observados nos últimos meses. Diante de uma escassez de alimentos, soldados da Coreia do Norte têm feito incursões e apropriações em fazendas e plantações para garantir provisões para os militares.

Durante as gestões anteriores dos EUA, a Coreia do Norte conseguiu usar o seu programa de armas nucleares como um elemento de barganha para conseguir ajuda financeira e material estrangeira. Esta ajuda foi usada para sustentar o regime e seus militares.

Trump, no entanto, tomou uma posição mais firme contra a Coreia do Norte, exigindo a completa desnuclearização do regime.

Enquanto a Coreia do Norte ainda não concordou em dialogar com os Estados Unidos sobre o fim do seu programa de armas nucleares, ela tem indicado estar cada vez mais preocupada com o aumento dos recursos militares dos EUA na região.

Na quinta-feira, o regime em Pyongyang disse que os “EUA estão demonstrando seu poder” ao implantar “ativos estratégicos na e ao redor da Coreia do Sul”.

Colaborou: Reuters