Na segunda-feira (26), o Congresso dos Estados Unidos emitiu uma carta em apoio à nomeação da líder política venezuelana, María Corina Machado, ao Prêmio Nobel da Paz em 2024. Dirigida ao Comitê Nobel da Noruega, a carta destaca a coragem e dedicação de Machado na luta pela democracia e direitos humanos na Venezuela, perante a ditadura de Nicolás Maduro.
O texto também se mostra solidário em relação à população venezuelana, que “tem sofrido 25 anos de opressão, tortura, assassinato e privação econômica nas mãos do regime Chávez-Maduro”.
A carta ressalta o papel fundamental da líder na mobilização nacional e internacional, tendo em vista uma solução diante da crise eleitoral venezuelana. É mencionada sua defesa incansável por eleições livres e justas no país.
Machado, que foi parlamentar entre 2011 e 2014 e teve seu mandato cassado pelo regime, é retratada na mensagem como um “farol de esperança e resiliência”.
O Congresso norte-americano também denuncia os riscos pessoais que ela assumiu, incluindo ameaças contra sua vida. É salientado o impacto positivo de sua liderança na Venezuela, na região e no mundo. A nomeação representa um reconhecimento do compromisso com a justiça, os direitos humanos e o estado de direito, segundo a carta.
O documento foi assinado pelos senadores Rick Scott e Marco Rubio, além dos deputados María Elvira Salazar, Mario Díaz-Balart e Carlos Antônio Gimenez – todos parlamentares do estado da Flórida.
O vencedor do Prêmio Nobel da Paz deste ano deve ser anunciado em outubro.
Líder cobrou transparência e denunciou fraude eleitoral
Em julho deste ano, Machado discursou no Senado da Espanha e cobrou “vigilância internacional” nas eleições presidenciais deste ano na Venezuela.
Proibida de concorrer pela Suprema Corte venezuelana, Machado apoiou o candidato da oposição Edmundo González Urrutia. Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), afirmou no dia seguinte da votação, sem apresentar os dados completos, que Maduro teve 51,20% dos votos contra 44,20% de González.
Machado, por sua vez, declarou possuir mais de 80% de cópias das atas transmitidas pelo órgão eleitoral – as quais comprovariam que González venceu a eleição com larga margem de vantagem.
Parte da comunidade internacional denunciou a existência de fraude eleitoral no pleito ocorrido em 28 de julho, manifestando “condenação e repúdio”.
Em outubro de 2023, antes de ser impedida de concorrer à Presidência da Venezuela, Machado decidiu disputar as eleições primárias da Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos de oposição a Maduro. Venceu por 92,35% dos votos.