Congressistas denunciam golpe de Estado do presidente Castillo no Peru

Por Agência de Notícias
07/12/2022 16:02 Atualizado: 07/12/2022 16:02

Legisladores de diferentes bancadas do Congresso peruano denunciaram nesta quarta-feira que o presidente, Pedro Castillo, deu um golpe de Estado ao anunciar a dissolução do Legislativo e a formação de um “governo de emergência excepcional” no país.

“Esta decisão configura um golpe de Estado e se afasta de todos os marcos constitucionais”, declarou a legisladora esquerdista Ruth Luque, cujo grupo vinha apoiando a permanência de Castillo no poder.

A parlamentar acrescentou que a decisão do presidente “é claramente um golpe ao estilo de 1992”, referindo-se ao “autogolpe” perpetrado em 1992 pelo então presidente, Alberto Fujimori (1990-2000), que também dissolveu o Congresso.

Luque opinou ainda que “é um governo que não representa os marcos constitucionais” e quer “impor um regime de exceção”.

Por sua vez, o deputado de direita José Cueto, do ultraconservador Partido da Renovação Popular e ex-comandante das Forças Armadas, afirmou que “claro que é um golpe” e que as Forças Armadas “apoiam o Congresso”.

“Claro que é um golpe de Estado, (Castillo) estava tremendo, sabia que ia ser destituído e foi em frente. Espero que as Forças Armadas se manifestem contra o golpe de Estado, ele não pode fechar o Congresso”, enfatizou.

A fujimorista, Martha Moyano, concordou que se trata de um golpe de Estado e, embora tenha pedido “calma”, declarou que se deve “levantar a voz, dizer as coisas como elas são”.

Já a parlamentar de direita, Norma Yarrow, assegurou que Castillo “está sozinho em seu gabinete” e pediu à vice-presidente Dina Boluarte, que compareça ao Congresso e assuma a chefia do Estado para “não permitir que esse criminoso Pedro Castillo ataque a democracia”.

Os representantes de diferentes bancadas garantiram que o Congresso se reunirá em plenário nos próximos minutos para destituir Castillo e pediram o apoio das Forças Armadas à democracia no país.

Pedro Castillo determinou, nesta quarta-feira, a dissolução temporária do Congresso e a instauração de um governo de emergência excepcional, horas antes de o Parlamento debater uma moção de destituição que poderia tê-lo afastado do cargo de chefe de Estado.

Com evidente tremor nas mãos, anunciou que também determinou a convocação de “eleições para um novo Congresso com poderes constituintes para elaborar uma nova Constituição em um período não superior a 9 meses”.

Além disso, ordenou um toque de recolher nacional a partir de hoje, começando às 22h.

Os legisladores salientaram ainda que o clima segue tranquilo no país e que não há qualquer movimentação das Forças Armadas, razão pela qual consideraram que o governante em breve “será mandado para a prisão”.

 

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