Dezenas de civis morreram neste sábado (8) na cidade de Durman, no Sudão, por consequência dos confrontos entre o exército do país e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), que se acusam mutuamente de usá-los como escudo humano.
Em um comunicado, o Ministério da Saúde do Sudão informou que mais de 20 civis morreram hoje em um ataque aéreo na cidade de Omdurman, onde “o bombardeio de aviões de combate matou 22 pessoas e deixou um grande número de feridos em Dar es Salaam e Amriya. a oeste do mercado”.
As FAR acusaram as Forças Armadas de realizar esse ataque e elevou para 31 civis mortos ao longo do dia, marcado pelo “contínuo bombardeio de aviões de guerras pertencentes ao exército” contra bairros de Omdurman.
“O bombardeio dos golpistas matou 31 pessoas, enquanto outra dezena ficou ferida na área de Dar es Salaam, no oeste de Omdurman”, segundo divulgaram as milícias paramilitares, que classificaram a ação como um “bombardeio sistemático de aviões de guerra contra cidadãos inocentes”.
Por isso, as FAR convocaram todos os interessados, dentro e fora do país, para que monitorem e documentem “o genocídio cometido diariamente pelos golpistas e remanescentes do regime anterior” contra a população.
Por sua vez, as Forças Armadas anunciaram neste sábado (8), através de um vídeo postado nas redes sociais, que as “Forças Especiais realizaram uma operação em Omdurman, matando vários rebeldes e destruindo veículos de combate”, sem que fossem indicadas mortes de civis.
O porta-voz do exército do Sudão, Nabil Abdallah, afirmou que as forças continuam com “operações de busca contra os rebeldes que se entrincheiraram nos bairros residenciais de Cartum, Cartum Norte e Durman”.
O representante da força militar, em pronunciamento na televisão, garantiu que “a milícia rebelde mantém presença em áreas residenciais e impuseram cobranças aos cidadãos que deixam a cidade”, além de “expulsar as pessoas de suas casas em algumas regiões”.
O conflito entre as FAR e o exército começou em meados de abril, deixando 1.173 civis mortos e 11.704 feridos, segundo dados mais recentes divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica o Ministério da Saúde sudanês como fonte.
Na última segunda-feira, contudo, uma fonte da pasta garantiu à Agência EFE que mais de 3 mil pessoas morreram e cerca de 6 mil ficaram feridas desde o início do conflito no Sudão, até o fim da semana passada.
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