Um confronto entre guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) deixou pelo menos 10 mortos no departamento colombiano de Arauca, na fronteira com a Venezuela, onde ambos travam uma disputa territorial, segundo confirmaram fontes oficiais nesta quarta-feira.
Os combates ocorreram na segunda e terça-feira passadas em uma área rural de Puerto Rondón, disseram à EFE funcionários da Ouvidoria Municipal.
“Desde os dias 9 e 10 houveram combates entre os dissidentes das FARC e o ELN na área compreendida como Marrero, especificamente na aldeia Lejanías. Lá, o ELN fez uma incursão e entre 10 e 15 guerrilheiros foram dados como mortos”, disse a fonte por telefone.
Segundo esta versão, os corpos “permanecem na área porque ninguém foi recolhê-los, nem o próprio grupo” e as autoridades locais aguardam o apoio da força pública para buscar os cadáveres.
A Frente de Guerra Oriental, uma das mais poderosas do ELN, trava uma guerra pelo controle territorial de Arauca, seu principal reduto, com a Frente 10 das dissidências das Farc, grupo que não aceitou o acordo de paz assinado em novembro de 2016 com o governo colombiano.
Em janeiro do ano passado, confrontos entre os dois grupos armados ilegais deixaram quase uma centena de mortos em vários municípios de Arauca, principalmente em Saravena e Tame.
Por sua vez, o vice-diretor interino da Human Rights Watch, Juan Pappier, afirmou hoje em sua conta no Twitter que “receberam informações de pelo menos 10 mortes em Arauca, após confrontos entre o ELN e dissidências das Farc”.
Pappier pediu a convocação urgente do Grupo de Apoio à Secretaria Técnica da Comissão Interinstitucional de Alertas Antecipados (Ciprat) do Ministério do Interior, a fim de “tomar medidas para evitar uma nova escalada de violência” e para que a força pública garanta a segurança para que o Ministério Público “possa entrar para recolher os corpos e investigar os fatos”.
O ELN, que está em negociações de paz com o governo, rejeitou no início deste mês um cessar-fogo bilateral de seis meses anunciado pelo presidente colombiano Gustavo Petro, já que o assunto não foi tratado na mesa de diálogo realizada em Caracas.
Na véspera do Natal passado, o ELN declarou um cessar-fogo unilateral, que terminou a 2 de janeiro, mas esclareceu que esta trégua era apenas com “as Forças Armadas e a polícia do Estado”, o que excluiu outros grupos com os quais está em conflito, como os dissidentes das Farc.
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