Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Os países da cúpula climática COP29 adotaram uma meta de financiamento global anual de US$300 bilhões — US$50 bilhões a mais do que uma proposta anterior — em 24 de novembro.
A proposta preliminar da COP29 tinha um valor de US$250 bilhões para as nações mais pobres.
A conferência climática da ONU, realizada em Baku, no Azerbaijão, também finalizou as regras para um mercado global de compra e venda de créditos de carbono.
Alguns delegados aplaudiram de pé o acordo no salão plenário da COP29, enquanto outros disseram que ele ficou aquém do necessário.
O acordo também inclui uma meta mais ampla de, até 2035, levantar US$1,3 trilhão em financiamento climático anualmente, o que incluiria financiamento de todas as fontes públicas e privadas.
Reforma do sistema financeiro global
No discurso de encerramento, Simon Stiell, secretário executivo de mudanças climáticas da ONU, disse que essa nova meta financeira “é uma apólice de seguro para a humanidade”.
Stiell pediu aos líderes em 12 de novembro que “reformassem o sistema financeiro global”, descrevendo o financiamento climático como um “seguro contra a inflação global”.
“Foi uma jornada difícil, mas chegamos a um acordo”, disse Stiell. “Esse acordo manterá o crescimento do boom da energia limpa e protegerá bilhões de vidas.
“Mas, como qualquer apólice de seguro, ela só funciona se os prêmios forem pagos integralmente e em dia.”
Créditos de carbono
Foi anunciado em 12 de novembro que os esforços apoiarão o objetivo de uma década de estabelecer um mercado de carbono centralizado até o próximo ano. Em 23 de novembro, os negociadores fecharam um acordo final para permitir esse sistema.
De acordo com as Nações Unidas, créditos de carbono são medidos em toneladas métricas de CO2 equivalente e podem ser adquiridos por indivíduos, empresas e organizações para compensar emissões ou apoiar projetos ambientais.
O presidente Joe Biden parabenizou os participantes da COP29 por terem chegado ao que ele chamou de um acordo histórico que ajudaria a mobilizar os fundos necessários, mas disse que era preciso trabalhar mais.
“Embora ainda haja muito trabalho pela frente para atingirmos nossas metas climáticas, o resultado de hoje nos coloca um passo significativo mais perto. Em nome do povo americano e das gerações futuras, devemos continuar a acelerar nosso trabalho para manter um planeta mais limpo, seguro e saudável ao nosso alcance”, disse Biden em um comunicado.
“Um misto”
O governo do Reino Unido observou que o valor de US$300 bilhões era “muito menor do que o US$1 trilhão estimado como necessário”.
O membro do Parlamento Toby Perkins, presidente do Comitê de Auditoria Ambiental, disse: “O acordo de última hora alcançado na COP29 é um misto. Por um lado, o fato de que um valor significativo de US$300 bilhões foi prometido para apoiar os mais pobres do mundo no combate aos efeitos devastadores da mudança climática representa um progresso real.
“Embora seja muito menos do que os US$1 trilhão estimados como necessários, a soma acordada tirou as negociações da beira do colapso.”
Os ativistas disseram que não estava sendo feito o suficiente.
O líder da política de mudança climática da Oxfam International, Nafkote Dabi, disse em uma declaração em 25 de novembro que o acordo foi “um veredicto terrível”.
“O chamado ‘acordo’ de US$300 bilhões que os países mais pobres foram intimidados a aceitar não é sério e é perigoso — um triunfo desalmado para os ricos, mas um verdadeiro desastre para o nosso planeta e para as comunidades que estão sendo inundadas, passando fome e sendo deslocadas hoje pelo colapso climático”, disse ela.
“Nós nos opomos”
Alguns blocos de negociação saíram das negociações em protesto, dizendo que a meta acordada não era suficiente.
“Viemos de boa fé, com a segurança de nossas comunidades e o bem-estar do mundo em mente”, disse Tina Stege, enviada climática para as Ilhas Marshall, disse na plenária de encerramento.
“No entanto, vimos o pior do oportunismo político aqui nesta COP, brincando com a vida das pessoas mais vulneráveis do mundo.”
“Lamento dizer que esse documento não passa de uma ilusão de ótica”, disse o representante da delegação indiana, Chandni Raina, durante a sessão de encerramento da cúpula.
“Isso, em nossa opinião, não abordará a enormidade do desafio que todos nós enfrentamos. Portanto, nos opomos à adoção desse documento.”
A Reuters contribuiu para esta reportagem.