Por EFE
A comunidade internacional está se mobilizando para evitar uma guerra entre Armênia e Azerbaijão, países que estão convocados a cumprir o cessar-fogo declarado nesta terça-feira(13) e que foi infringido desde então em diversas oportunidades.
O primeiro a chegar na região foi o enviado da União Europeia (UE), Toivo Klaar, que se reuniu hoje com o presidente azeri, Ilham Aliev, a quem manifestou preocupação pelos combates que aumentaram na fronteira entre as duas antigas repúblicas soviéticas.
O conflito se intensificou depois que o governo da Armênia acusou as forças de Baku de atacar seu território.
Klaar indicou, além disso, que os líderes da UE estão em contato com as autoridades armenas e azeris, para promover uma solução pacífica.
Aliev, por sua vez, garantiu que os acontecimentos na fronteira, que deixaram mais de 150 militares mortos dos dois lados, se devem a uma “provocação em grande escala cometida pela Armênia”.
O presidente do Azerbaijão ainda afirmou que, apesar dos passos necessários dados pelo país para estabilizar a situação e eliminar a tensão, “a Armênia continua violando o regime do alto de cessar-fogo”.
A chegada de Klaar no território azeri aconteceu antes de uma reunião que deverá realizar o Conselho de Segurança da ONU para abordar a situação na região. Amanhã, o emissário da UE continuará sua viagem na região, partindo para a Armênia.
Nesta quinta-feira, também é esperada a chegada dos primeiros membros de uma missão formada pela aliança militar pós-soviética OTSC, que visa supervisionar a situação na fronteira entre Armênia e Azerbaijão.
EUA e França apelam
“O importante agora é que as partes se comprometam com esse cessar de hostilidades e o caminho da diplomacia para alcançar uma redução das tensões ao longo prazo”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, havia telefonado horas antes ao presidente do Azerbaijão para pedir o fim dos confrontos.
Price garantiu que o governo dos EUA tem “evidências significativas” dos ataques azeris no território armeno e dos danos que estão causando.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também fez ligação para Aliev, para pedir que sejam interrompidas as hostilidades na fronteira com a Armênia e respeitado o cessar-fogo.
Macron relembrou ao presidente azeri que a França e outros países da União Europeia se ofereceram para mediar o conflito com a Armênia.
Por sua vez, o papa Francisco manifestou nesta quarta-feira, durante viagem ao Cazaquistão, a preocupação por “novos focos de tensão na região do Cáucaso” e pediu orações por uma solução pacífica para o conflito entre Armênia e Azerbaijão.
Tensão na fronteira
Hoje à tarde, o governo armeno indicou que a situação na fronteira voltava a ser tensa, após a retomada dos bombardeios azeris, que miram “alvos civis” e também militares.
“Desde às 13h (6h de Brasília), no segmento da fronteira compreendido entre as localidades de Sotk e Goris, o inimigo recomeçou os ataques de artilharia, incluindo contra localidades habitadas, e usam ativamente os drones de ataque”, informou o Ministério da Defesa da Armênia, em comunicado.
O primeiro-ministro armeno, Nikol Pashinian, disse hoje, em discurso no Parlamento, que o objetivo agora é “restaurar a integridade territorial” do país, que devido aos ataques das tropas azeris, perdeu “pelo menos, 105 militares”.
“O agressor tem que sair do nosso país”, garantiu o premiê.
Pashinian ainda afirmou que, desde ontem, o Azerbaijão “ocupou dez quilômetros quadrados” do território da Armênia.
Baku, por sua vez, culpou Yerevan pelas tensões renovadas, insistindo que foi a Armênia que violou o cessar-fogo na região, causando assim a morte de 50 militares azeris.
A Turquia, fiel aliada do Azerbaijão – que deu grande apoio à antiga república soviética na guerra de 2020 em Nagorno-Karabakh -, culpou o governo armeno pelas hostilidades e exigiu que seja abandonada a atitude “provocadora e agressiva”.
Evacuações na Armênia
A agressão atribuída ao Azerbaijão causou vítimas civis na Armênia, segundo afirmou na quarta-feira o presidente do Parlamento armeno, Alen Simonyan, sem especificar o número de mortos.
A imprensa local, por sua vez, divulgou que mais de 2,5 mil pessoas foram retiradas de suas casas nas áreas próximas à fronteira e que foram suspendidas as aulas em duas regiões onde ocorreram bombardeios registrados entre ontem e hoje.
O gabinete do Defensor do Povo armeno divulgou que há numerosas evidências de ataques a casas, linhas elétricas e outras infraestruturas civis.
A imprensa local também publicou imagens das áreas fronteiriças, em que é possível ver a destruição causada pelos ataques.
Uma das localidades mais afetadas pelos ataques é Sotk, na província armena de Guegarkunik, onde, segundo os habitantes locais, o fogo cessa por apenas “duas ou três horas”.
O Azerbaijão nega taxativamente os ataques contra alvos civis na Armênia e denuncia o que chama de “desinformação provocadora”.
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