A Comissão Europeia informou nesta segunda-feira que as negociações técnicas com o Mercosul para concluir o acordo comercial entre os dois blocos estão “muito avançadas” e só falta o “impulso político” para concluí-las.
“Pode-se dizer que as negociações técnicas estão prontas para o impulso político final”, disse o vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, em entrevista coletiva realizada após a reunião de hoje em Bruxelas dos representantes do setor comercial dos países da União Europeia (UE).
A secretária de Comércio da Espanha, Xiana Méndez, destacou que, neste momento, “há pouquíssimas questões sobre a mesa, pouquíssimas linhas vermelhas e muitas áreas de acordo”.
“O trabalho das equipes técnicas tem sido muito significativo nas últimas semanas”, afirmou Méndez, ressaltando que UE e Mercosul nunca estiveram “tão perto” de concluir as negociações.
Ambos os blocos esperam poder fazer isso no dia 7 de dezembro em uma reunião de cúpula no Rio de Janeiro, antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregar a presidência rotativa do Mercosul ao Paraguai.
UE e Mercosul assinaram o acordo comercial em 2019, mas desde então vêm negociando um anexo que certifica a proteção ambiental por parte dos países latino-americanos, a pedido de vários países europeus, principalmente a França.
O secretário de Comércio francês, Olivier Becht, pediu “mais do que nunca” que as medidas-espelho sejam respeitadas para que os padrões que a UE impõe a seus próprios produtores na Europa sejam cumpridos do outro lado do Atlântico, mas também a “cláusula essencial” de respeito aos acordos de Paris em termos ambientais com medidas “vinculativas”.
“As incertezas e tensões geopolíticas tornam mais necessário do que nunca ter uma política comercial que seja resiliente e aberta ao mundo. Aberta, mas não sem nenhuma condição. Obviamente respeitando nossos valores, obviamente respeitando o desenvolvimento sustentável e o planeta e obviamente respeitando as regras de concorrência, que são regras de concorrência justa”, disse Becht ao chegar à reunião.
Já o secretário de Comércio irlandês, Simon Coveney, declarou que seu país não se oporia ao texto que está sendo negociado, desde que as cotas sobre as importações de carne do Mercosul sejam mantidas, um ponto que também é de particular preocupação para Paris.
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