Um estudo da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e AmCham Brasil revelou que o comércio entre Brasil e EUA atingiu um recorde em 2023, gerando empregos e salários mais altos. O relatório também destacou maior participação feminina e melhores salários para mulheres nas empresas exportadoras.
O comércio entre Brasil e EUA bateu recorde em 2023, com exportações de US$ 29,9 bilhões, segundo estudo do Ministério do Desenvolvimento e AmCham Brasil, em celebração aos 200 anos de relações diplomáticas.
Em 2023, os Estados Unidos foram o principal destino dos bens industrializados brasileiros, superando União Europeia e Mercosul, além de se destacarem como o maior comprador de alta tecnologia, como aeronaves e medicamentos.
Crescimento no número de exportadores
O número de empresas brasileiras exportando para os Estados Unidos atingiu um recorde de 9.553 em 2023, mais que o dobro das 4.664 registradas em 2000. Esse crescimento foi impulsionado pela demanda por produtos de alta tecnologia e maior valor agregado.
O estudo também destacou o aumento de exportadores em todas as regiões do Brasil, com o Centro-Oeste registrando o maior crescimento (40,4% nos últimos cinco anos) e o Sudeste concentrando o maior número de empresas, com 6.220 em 2023.
Abrão Neto, CEO da Amcham, defende que o fortalecimento da relação Brasil-EUA deve ser prioridade na agenda externa brasileira. “Esse caminho oferece um enorme potencial para alavancar o crescimento do Brasil, promovendo uma maior participação da indústria no comércio exterior e no PIB do país, incentivando a inovação e a tecnologia, além de gerar empregos qualificados e bem remunerados”, ressaltou Neto.
Impacto no emprego e remuneração
As empresas que comercializam com os Estados Unidos são responsáveis por 3,2 milhões de empregos no Brasil, um aumento de 22,5% desde 2008. No setor de importação, essas empresas empregam 4,3 milhões de pessoas.
Além disso, as empresas exportadoras para os EUA pagam salários mais altos. Em 2021, a remuneração média foi de R$ 4.588,91, mais que o dobro do valor de 2008. Esses salários são 5,4% superiores aos pagos por empresas que exportam para a União Europeia, 8,5% maiores que os da China e 11,2% acima do Mercosul.
Paridade de gênero
O estudo mostrou que, em 2021, 26,4% das empresas que exportam para os EUA tinham ao menos 50% de mulheres em seus quadros, percentual superior à União Europeia (23,9%), Mercosul (18,3%) e China (14,6%). As mulheres nessas empresas recebiam uma média de R$ 3.834,94, 15,7% acima do valor pago por exportadoras para a China.
O relatório conclui que o comércio entre Brasil e Estados Unidos é fundamental para o desenvolvimento econômico brasileiro, gerando empregos, salários mais altos e promovendo maior paridade de gênero.