Os combates e bombardeios recomeçaram nesta segunda-feira na capital do Sudão, Cartum, após um período de tensão que sucedeu uma trégua entre os rivais militares, que desde o dia 15 de abril travam um conflito que deixou mais de 420 mortos, segundo diversas fontes.
Em comunicado, o Sindicato de Médicos do Sudão afirmou que o Exército sudanês bombardeou locais na área de Kalakla, no sul de Cartum, causando o “desmoronamento de casas” com relatos de “mortos e feridos que ainda não foram contados”.
Testemunhas disseram à Agência EFE que o Exército sudanês atacou posições do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) no centro de Cartum Norte e perto da estrada nacional a leste do Nilo, após um período de calma após o fim das tréguas de três dias pelo Eid al-Fitr – feriado que marca o fim do mês sagrado muçulmano do Ramadã – que não foi respeitada.
Fontes militares, que pediram para não serem identificadas, comentaram à EFE que o Exército sudanês está tentando retirar as Forças de Apoio Rápido de bairros residenciais e que estas estão se realocando em diferentes áreas.
Em nota, as FAR disseram que o Exército realizou um ataque aéreo contra vários bairros residenciais em Cartum, “visando diretamente os civis no bairro de Doha, em Um Durman, e na área de Kalakla, no sul de Cartum”.
O Exército do Sudão reportou que a situação operacional até o momento é “estável”, sem mencionar quaisquer ataques. Além disso, informou que “os contatos com comandantes de vários países sobre a evacuação das missões estão em curso e estas operações continuarão com o mesmo grau de coordenação que ontem”.
No domingo passado, muitos países evacuaram suas equipes diplomáticas, como Estados Unidos, e também os cidadãos, como no caso da Espanha, e as repatriações continuam nesta segunda-feira.
Mais de mil cidadãos europeus já foram evacuados do Sudão em uma operação “complexa”, mas “bem-sucedida” lançada durante o fim de semana por vários países da União Europeia, anunciou o alto representante da UE para Assuntos Exteriores, Josep Borrell.
Os combates entre o Exército sudanês e as FAR, que começaram em 15 de abril, ocorreram após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para formar um novo governo de transição. Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o governo de transição do Sudão em outubro de 2021.
Desde o início do conflito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 420 pessoas morreram e mais de 3.700 ficaram feridas.
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