O Comando Sul dos Estados Unidos realizará nesta quinta-feira diversas missões aéreas com as Forças de Defesa da Guiana (GDF) para reforçar a cooperação em segurança entre os dois países, em plena crise com a Venezuela.
O exercício baseia-se em operações de rotina, segundo o comunicado divulgado pelos meios de comunicação guianenses, mas coincide com uma escalada de tensão entre a Guiana e a Venezuela e com declarações de Caracas contra a presença do Comando Sul no país vizinho.
Os militares dos EUA continuarão colaborando com as GDF nas áreas de preparação para catástrofes, segurança aérea e marítima, bem como na luta contra organizações criminosas transnacionais.
Dessa forma, o governo dos Estados Unidos mantém o seu compromisso com a Guiana como um aliado confiável para a sua segurança e para promover a cooperação regional, acrescenta a nota.
Esta operação ocorre um dia depois de o secretário de Estado americano, Antony Blinken, ter garantido ao presidente da Guiana, Irfaan Ali, o “apoio incondicional” do governo americano à sua soberania, em plena disputa territorial com a Venezuela pela região de Essequibo.
Na conversa com Ali, Blinken reiterou o apelo dos EUA por uma “solução pacífica” para o conflito com a Venezuela.
A Venezuela, por sua vez, criticou ontem que a Guiana tenha dado “sinal verde à presença” do Comando Sul em Essequibo, depois de Ali ter alertado que está em contato com este comando militar americano e que as GDF estão “em alerta máximo”.
O Executivo de Nicolás Maduro afirmou que a “atitude imprudente” da Guiana abre ao “poder imperial”, em referência aos EUA, a “possibilidade de instalação de bases militares”, com as quais está “ameaçando a zona de paz que foi delineada nesta região”.
A disputa por Essequibo, território de quase 160 mil quilômetros quadrados rico em recursos naturais, ganhou força depois de, em um referendo convocado por Caracas, a maioria dos eleitores ter optado pela anexação deste território à Venezuela.