Com Milei, inflação da Argentina desacelera e fecha 2024 em 117,8%

Por Angela Brito
15/01/2025 18:06 Atualizado: 15/01/2025 18:06

A Argentina encerrou 2024 com uma desaceleração inflacionária de 117,8%. Esta é a oitava redução consecutiva no índice de preços ao consumidor, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). 

A melhora na economia é um reflexo das políticas de austeridade fiscal adotadas pelo presidente Javier Milei. O libertário assumiu o governo no final de 2023, quando a inflação havia chegado a 211,4%, resultando em enorme pressão sobre a população. 

A desaceleração, ainda que lenta, se configura como um avanço frente à crise. No último mês de 2024, a inflação mensal foi de 2,7%, ligeiramente acima dos 2,4% registrados em novembro.

Milei, que desvalorizou o peso logo após assumir, vê suas medidas começarem a dar frutos.

O ministro da Economia, Luis Caputo, destacou em seu perfil no X que os números confirmam “a continuidade do processo de desinflação”. 

“Isto ocorre em um mês no qual o índice apresenta uma sazonalidade positiva, vinculada às festas e ao início do período de férias de verão, e em um contexto no qual tanto a atividade econômica quanto as rendas reais da população apresentam forte recuperação”, acrescentou Caputo.

O aumento de 1,9% nos preços dos bens e a alta de 4,4% nos serviços ilustram as consequências dessa política, que tem levado a variações significativas entre os setores. Vestuário e calçados, por exemplo, tiveram aumento mais modesto de 1,6%.

Além da inflação em desaceleração, a economia argentina saiu da recessão técnica no terceiro trimestre de 2024, com um crescimento do PIB de 3,9%. 

A redução do índice de risco-país da Argentina, que atingiu o menor patamar desde maio de 2018, despertou otimismo entre os investidores.

Este índice, que funciona como uma medida do risco de calote soberano, revela a confiança dos investidores no cenário econômico. 

Uma queda significativa nesse indicador geralmente sugere uma percepção positiva sobre a estabilidade financeira de um país, isso reforça as expectativas de uma recuperação econômica substancial no ano seguinte.