O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira, pela primeira vez e após quatro tentativas anteriores fracassadas, uma resolução que exige um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza.
A resolução foi aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, a dos Estados Unidos, e quando aprovada provocou aplausos na sala, algo que raramente acontece.
Na resolução, o Conselho exige “um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadã (que termina em 9 de abril), que conduza a um cessar-fogo duradouro”, ao mesmo tempo em que faz um apelo – não vinculativo – “à libertação imediata e incondicional de todos os reféns” nas mãos do Hamas.
O texto também frisa “a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis na Faixa de Gaza” e pede a Israel (que não é mencionado) para “eliminar todas as barreiras a esta ajuda humanitária”.
A resolução foi apresentada pelos dez membros não permanentes do Conselho, entre os quais estão países africanos, asiáticos, europeus e latino-americanos, o que dá uma ideia da percepção global de urgência da guerra em Gaza.
A incerteza sobre sua aprovação permaneceu até o último minuto, já que a Rússia solicitou que houvesse uma votação separada para introduzir a palavra “permanente” após cessar-fogo – com o entendimento de que “duradouro” permitiria a Israel continuar com a guerra -, mas essa emenda não foi aprovada.
Nas quatro ocasiões anteriores, os Estados Unidos – aliado incondicional de Israel – vetaram três resoluções porque, segundo o governo americano, um cessar-fogo permitiria o rearmamento do Hamas, enquanto na sexta-feira passada foram a Rússia e a China que vetaram a resolução dos EUA, argumentando que não continha um vocabulário claro e contundente para exigir um cessar-fogo.