Por Agência EFE
Moradores da cidade colombiana de Saravena, no departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, manifestaram-se nas ruas, na sexta-feira, vestidos de branco, para rejeitar a violência da guerrilha após o ataque terrorista que deixou um morto e cinco feridos.
Um carro-bomba explodiu na noite de quarta-feira em uma área central de Saravena, onde funcionam lojas e escritórios, e embora aparentemente tenha como alvo a sede da Fundação Joel Sierra de Direitos Humanos, o maior dano foi sofrido pela agência estatal local, o Instituto Colombiano Agropecuario (ICA).
Os moradores, que também carregavam bandeiras brancas e balões, chegaram ao parque principal da cidade onde pediram aos grupos armados que parassem com a violência e não envolvessem a população civil no conflito armado, agravado pela guerra travada em Arauca por dissidentes das FARC e o Exército de Libertação Nacional (ELN), pelo controle territorial.
Essa luta se intensificou nos últimos meses e até agora cerca de 40 pessoas foram assassinadas em Saravena e nos municípios vizinhos de Tame, Fortul e Arauquita, segundo a representante legal da Fundação Joel Sierra de Direitos Humanos, Sonia Lopez.
O prefeito de Saravena, Wilfredo Gómez, declarou aos jornalistas que a mobilização é um pedido dos araucanos para serem excluídos de um conflito armado do qual foram vítimas.
“Esperamos que seja de alguma utilidade, realmente, após sair da COVID-19, após sair das restrições em consequência de calamidades públicas, agora com essa questão de conflito social, os comerciantes estão muito afetados”, assegurou.
A ONU afirmou que mais de 1.500 pessoas tiveram que fugir de suas casas em vários municípios de Arauca desde o início dos ataques e confrontos entre os dissidentes do ELN e das FARC.
Como resultado da difícil situação de violência, o Governo de Arauca impôs um toque de recolher noturno, na quinta-feira, em Fortul, Saravena, Arauquita e Arauca, capital departamental.
O governo colombiano enviou 600 soldados a Arauca no início de janeiro para melhorar a segurança, mas a situação continua a mesma.
Arauca é um departamento com grande riqueza petrolífera e pecuária em que há mais de 30 anos o ELN controla praticamente todas as atividades econômicas por meio de extorsão e sequestro, um “negócio” que os dissidentes das FARC, também dedicados ao narcotráfico, querem tirar proveito, principalmente pela proximidade com a fronteira da Venezuela.
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