Colômbia suspende “cessar-fogo” com dissidência das FARC após assassinato de menores

Por Agência de Notícias
22/05/2023 17:31 Atualizado: 22/05/2023 17:31

O governo da Colômbia suspendeu parcialmente nesta segunda-feira o “cessar-fogo” bilateral com o Estado-Maior Central (EMC), uma dissidência das FARC, após o assassinato no último final de semana de quatro menores indígenas que tentaram fugir após serem recrutados à força pela Frente Carolina Ramírez, que faz parte desse grupo.

Em comunicado divulgado hoje, o governo colombiano definiu o homicídio dos quatro jovens, ocorrido em Putumayo, departamento fronteiriço com o Equador, como “um fato atroz que questiona a vontade de construir um país em paz”.

O assassinato dos quatros menores foi denunciado no último sábado pela Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazónia Colombiana (Opiac).

“Portanto, informa-se que o cessar-fogo bilateral que estava em vigor com este grupo armado nos departamentos de Meta, Caquetá, Guaviare e Putumayo está suspenso e todas as operações ofensivas foram reativadas”, disse o governo no comunicado, no qual acrescentou que esta medida “entrará em vigor nas próximas 72 horas”.

“Não há qualquer justificativa para este tipo de crime”, salientou o governo, que o considerou uma “grave violação do Direito Internacional Humanitário” por parte dessa organização ilegal, que se soma a outros incidentes que causam “incerteza e ansiedade na população”.

O referido cessar-fogo foi anunciado pelo presidente colombiano Gustavo Petro pouco antes da meia-noite de 31 de dezembro de 2022 e abrange cinco grupos armados com os quais seu governo busca um acordo de paz.

Esses grupos são a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), que ignorou publicamente esse acordo; o Estado-Maior Central e a Segunda Marquetalia, ambos dissidências das FARC; as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC) e os Paramilitares de Sierra Nevada.

De acordo com o comunicado do governo, os delegados do EMC no mecanismo de monitoramento do cessar-fogo foram convocados para serem informados sobre a suspensão, mas não compareceram.

“Se o cessar-fogo não for eficaz em certos territórios para proteger a vida e a integridade de toda a população, não há sentido em persistir com ele”, acrescentou a informação oficial.

Apesar da suspensão parcial do “cessar-fogo” bilateral, o governo disse que divulgará em breve os nomes de seus delegados para uma negociação de paz com o EMC, “para iniciar a fase de diálogo peremptoriamente”.

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