Ao menos 163 líderes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia entre janeiro e novembro deste ano, informou nesta quinta-feira o chefe da Defensoria do Povo do país, Carlos Camargo.
“Como questão prioritária a ser abordada na agenda dos diálogos de paz com os grupos armados ilegais, o governo nacional deve exigir um ponto fundamental da vida: a cessação dos crimes que destroem a democracia nos territórios”, disse Camargo, citado em comunicado de seu escritório.
“É angustiante o que aqueles cuja causa é a defesa dos direitos das pessoas vivem diariamente, arriscando suas vidas o tempo todo para servir às comunidades”, acrescentou.
A Defensoria do Povo afirmou que esses crimes estão concentrados em oito dos 32 departamentos em que é dividido o país.
O maior número está no conturbado departamento de Cauca, com 30 casos, seguido pelos de Antioquia (18), Nariño (16), Valle del Cauca (14), Córdoba (10) e Bolívar, Norte de Santander e Putumayo (com sete cada).
“Esses homicídios coincidem justamente com os locais do país onde os principais grupos armados ilegais estão ativos”, disse Camargo.
Ele disse que nessas regiões atuam o Estado Maior Central (EMC), principal dissidência das Farc, e o Exército de Libertação Nacional (ELN), guerrilhas comunistas armados com os quais o governo está negociando a paz.
O Clã do Golfo – também conhecido como Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC) e principal grupo criminoso do país – também atua nessas regiões.
De acordo com a Defensoria do Povo, de 2016 – ano em que o governo e as Farc assinaram o acordo de paz – a 2022, 1.113 líderes sociais e defensores de direitos humanos foram assassinados na Colômbia.