O governo da Colômbia anunciou nesta segunda-feira que reforçará a segurança nas regiões fronteiriças com a ajuda de seus vizinhos – Brasil, Equador, Panamá, Peru e Venezuela-, com os quais fará um “fechamento de contas” a cada três meses.
“Estabelecemos contato com os países fronteiriços porque notamos uma atividade que vamos combater com nossas forças, mas também com a colaboração internacional de Equador, Brasil, Peru, Venezuela e Panamá”, disse o ministro do Interior colombiano, Alfonso Prada.
O ministro do governo do presidente Gustavo Petro revelou em comunicado em Bogotá após um conselho de segurança que haverá contato entre os ministros da Defesa e os comandantes das forças da Colômbia e dos países vizinhos para tratar de problemas de segurança.
“Faremos fechamentos de contas com balanço, análise, prospectiva, planejamento de operações a cada três meses com as autoridades dos países vizinhos. São processos criminais internacionais, daí a importância de que não só a Colômbia (…) tenha a possibilidade de obter resultados satisfatórios, assim que se torna indispensável a colaboração internacional nesta atividade”, acrescentou.
Crise em Putumayo
O departamento de Putumayo, na fronteira com Peru e Equador, vive uma crise após um confronto entre dissidentes das Farc que deixou 18 mortos e um clima de preocupação na região.
O ministro da Defesa, Iván Velásquez, confirmou na segunda-feira da semana passada que o confronto – entre um grupo conhecido como Comandos de Frontera contra outro que se autodenomina Frente Carolina Ramírez – deixou 18 mortos e ocorreu em Las Delicias e Los Pinos, no município de Puerto Guzmán.
Nesse contexto, o ministro Prada anunciou a transferência de seis pelotões do Exército, formados por 400 militares e oficiais, que ficarão “responsáveis pelas operações e pelo controle total do território, ampliando a forma como interceptaremos todas as condutas ilegais tanto territorial como fluvialmente”.
Da mesma forma, revelou que desde 7 de agosto, quando Petro assumiu a presidência, “130 pessoas em Putumayo” foram detidas por atividades criminosas.
“Foram desmantelados cerca de 720 laboratórios que atingiram duramente a estrutura e a infraestrutura que traficam drogas e semeiam o terror no território”, detalhou.
Segundo o InSight Crime, os Comandos de Frontera, ou La Mafia, como eram conhecidos anteriormente, são um grupo formado por dissidentes das Farc e desmobilizados das paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) que buscam manter o controle do narcotráfico no baixo Putumayo e na fronteira com o Equador.
A Frente Carolina Ramírez, também chamada de Frente Única, é formada por dissidentes do mesmo grupo guerrilheiro que não aceitou o acordo de paz assinado em 2016.
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