Por Agência EFE
A Colômbia tem 290 municípios nos quais estão em um grau “extremo e alto” de risco de violação de seus direitos diante das eleições presidenciais de 29 de maio, alertou o órgão de defesa do povo, na quinta-feira, que os atribuiu a confrontos e ações armadas dos guerrilheiros do ELN e do Clan del Golfo.
Durante uma visita ao departamento de Chocó, na fronteira com o Panamá, o defensor público, Carlos Camargo, disse que dos 521 municípios que monitora permanentemente, 290 têm “risco extremo e alto” de violação dos direitos da população, 16 a mais do que os registrados em fevereiro deste ano.
Ao desmembrar o Relatório de Monitoramento de Alerta Prévio 004, disse que se apurou que entre fevereiro e maio houve um aumento de 79 para 84 municípios em risco extremo e de 195 para 206 municípios em alto risco de violação dos direitos dos cidadãos.
Os que estão em risco
Camargo expressou sua preocupação de que, apesar dos esforços do Estado para atender às recomendações feitas em fevereiro, as ações violentas do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do Clan del Golfo fizeram com que “o número de municípios em risco extremo e alto aumentasse”.
Essas ações aumentaram principalmente nos departamentos de Magdalena, Córdoba, Sucre, Bolívar, Antioquia e Chocó, onde o ELN e o Clan del Golfo têm maior presença, cujo líder máximo, Dairo Antonio Úsuga, vulgo “Otoniel” foi extraditado para os Estados Unidos este mês.
O Clan del Golfo ordenou um “ataque armado” no início deste mês em retaliação à extradição para os Estados Unidos de “Otoniel”, que paralisou cem municípios do país, especialmente na costa caribenha e no norte do Pacífico.
Segundo a defensoria, os departamentos que têm o maior número de municípios com “risco extremo” são Cauca (16), Nariño (14), Chocó (9), Norte de Santander (8) e Antioquia (7).
Dele seguiam: Bolívar (6), Caquetá (6), Arauca (4), Tolima (4), Putumayo (3), Valle del Cauca (3), Huila (2), Meta (1) e Magdalena (1).
Implementar ações
Diante do exposto, a defensoria recomendou a implementação de “ações extraordinárias” de proteção às comunidades por parte de instituições municipais, departamentais e nacionais.
Também solicitou a adoção de “estratégias de inteligência contundentes” para garantir as condições de segurança para a participação nas eleições.
“O Estado deve implementar mais mecanismos de investigação e apuração de denúncias relacionadas a crimes eleitorais e ameaças contra candidatos ou suas campanhas. Deve também dar proteção para que as pessoas possam votar no meio rural e, sobretudo, garantir a livre participação”, disse Camargo.
O esquerdista Gustavo Petro e o direitista Federico “Fico” Gutiérrez são os dois favoritos para se enfrentarem pela presidência da Colômbia. O primeiro turno será neste dia 29 de maio e, caso não obtenham a maioria dos votos, irão para um segundo turno em 19 de junho.
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