O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira (28) que vai convocar uma “conferência internacional” para avançar no diálogo político entre “a sociedade e o governo venezuelano”, sem mencionar a oposição.
“Convocarei na Colômbia uma conferência internacional com o objetivo de construir um roteiro que permita um diálogo político efetivo entre a sociedade e o governo venezuelano”, disse brevemente o presidente colombiano no Twitter.
As conversas entre o governo venezuelano e a oposição estão paralisadas após o encontro em mesa de diálogo no México, também anunciado por Petro, que busca se firmar como mediador da crise no país vizinho.
Petro reuniu-se com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, na semana passada, em Caracas, em seu quarto encontro desde que Colômbia e Venezuela retomaram relações diplomáticas, mas os diálogos com a oposição não transcenderam entre os temas que abordaram.
O anúncio coincide com a realização, em Washington, do Diálogo de Alto Nível entre Colômbia e Estados Unidos, no qual foram abordados assuntos como a cooperação migratória, combate ao narcotráfico e a luta contra a crise climática, bem como com a visita do opositor venezuelano Leopoldo López, que hoje falou para o Comitê de Relações Exteriores do Senado americano.
A última reunião entre o governo e a ala da oposição venezuelana agrupada na chamada Plataforma Unitária (PU) foi em novembro do ano passado, no México, onde houve poucos avanços.
Agora, a oposição antichavista exige um retorno “imediato” à mesa de negociações, a fim de conseguir pôr fim à “violação dos direitos humanos e ao saque a que é submetido o povo venezuelano”.
Por sua vez, Maduro colocou em dúvida a volta ao diálogo por considerar que não há certezas nem garantias por parte dos antichavistas para a negociação.
O presidente acusou a PU de quebrar sua palavra ao não finalizar o Segundo Acordo Parcial para a Proteção do Povo Venezuelano, assinado em novembro por ambas as partes e que prevê a recuperação de recursos retidos no sistema financeiro internacional devido ao bloqueio.
Além disso, a Venezuela acusa os EUA de colocar obstáculos ao andamento das neegociações, e as partes continuam vendo formas para chegar ao acordo, que consiste, por exemplo, na criação de um fundo fiduciário administrado pelas Nações Unidas para investir em áreas como saúde e educação.
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