Por Leonardo Trielli, Senso Incomum
No final de novembro, o Brasil se uniu oficialmente à aliança Clean Network (Rede Limpa) – iniciativa do Departamento de Estado Americano criado pelo governo Donald Trump para barrar o uso de tecnologias não confiáveis nas redes 5G dos países signatários.
Os países que ingressam neste grupo se comprometem a aplicar ‘padrões de confiança digital aceitos internacionalmente’ em suas operadoras de telecomunicações, aplicativos móveis e em suas lojas, bem como em sistemas baseados em nuvem, que armazenam informações pessoais confidenciais e propriedade intelectual de empresas, os cabos que conectam o país à Internet global e às rotas de telecomunicações.
Em outras palavras, os signatários não devem utilizar tecnologias de empresas como Huawei ou ZTE, companhias chinesas que – como toda empresa chinesa – possuem ligações estreitas com o PCCh.
Apesar disto, as discussões acerca do uso de tecnologia chinesa no Brasil continuam gerando faísca dentro do governo.
No início da semana, o vice-presidente Mourão fez declarações contrárias ao banimento da tecnologia da Huawei no país.
“Hoje, 40% da infraestrutura que nós temos de 3G e 4G é da Huawei. Se a Huawei não puder fornecer o equipamento, vai custar muito mais caro”, afirmou Mourão durante palestra na Associação Comercial de São Paulo. “Se desmantelar equipamentos, quem vai pagar a conta somos nós, consumidores”, completou.
O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, deu um recado claro ao vice-presidente:
“Cada Ministro tem sua atribuição. Ninguém vem falar comigo para falar sobre vacina sem que antes passe pelo Pazuello. Assim como ninguém fala comigo para falar sobre 5G sem antes passar pelo Fabio Faria”. pic.twitter.com/LUp0Ay3K1C
— Carlos Jordy (@carlosjordy) December 8, 2020
O vice-presidente também tomou alfinetada do ministro das Comunicações Fabio Faria
Ministro Fabio Faria mandou um cala boca pro Mourão e ainda mandou ir cuidar da Amazônia. Não cabe ele decidir sobre o 5G.
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