Por Leonardo Trielli, Senso Incomum
“Não, obrigado, não sou cobaia de nada”, destaca o jornal argentino Clarín em reportagem sobre a resistência dos profissionais de saúde americanos em tomar a vacina contra a peste chinesa.
Com um pouco mais de cinismo do que o usual, mas certamente com a vista ainda embaçada pelo “progressismo de redação” que assola o espírito do jornalismo em geral, os repórteres do diário argentino estão surpresos ao constatar que grande parte dos médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde dos EUA se mostram resistentes à vacinação.
Talvez por estarem em um país que deu os exemplos mais negativos ao mundo de como lidar com a peste chinesa, os jornalistas do Clarín não fazem tanto malabarismo retórico num assunto que, no resto do mundo, é tratado como dogma.
A velha imprensa brasileira, por exemplo, dispensa a quem ousa questionar uma vacina feita a toque de caixa e com rapidez nunca antes vista na história, o mesmo tratamento dado aos terraplanistas: um bando de malucos negacionistas da “Ciência” – com o agravante de também atribuir às pessoas que se negam a servir de cobaia a pecha de genocidas e egoístas.
O Clarín mostra um pouco mais de honestidade ao publicar o único motivo da desconfiança das pessoas que não querem tomar a vacina contra a peste chinesa.
“[As primeiras vacinas serão como] um experimento em larga escala. Eles não tiveram tempo nem gente suficiente para estudar a vacina… Então, desta vez, vou desistir da minha vez e esperar para ver o que acontece”, resumiu Diana Torres, uma das enfermeiras entrevistadas pelo jornal.
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