Cientista nuclear da Coreia do Norte se suicida após desertar para China e ser forçado a retornar

02/01/2018 00:28 Atualizado: 02/01/2018 00:28

Um cientista nuclear da Coreia do Norte que desertou para a China enquanto fazia uma pausa para lidar com a “ansiedade em relação aos seus projetos de pesquisa” cometeu suicídio numa cela depois de ser capturado na China e enviado de volta à Coreia do Norte, de acordo com uma fonte no isolado reino comunista que falou com a Radio Free Asia.

“Ele se matou apenas poucas horas depois de ter sido colocado em prisão solitária no Departamento de Segurança do Estado na cidade de Sinuiju”, disse a fonte.

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O cientista trabalhou em pesquisas na Academia Estatal de Ciências de Pyongyang. Ele foi um dos vários norte-coreanos presos em Shenyang, na China, no início de novembro. O grupo foi enviado de volta à Coreia do Norte em 17 de novembro.

Coreia do Norte, Kim Jong-un, desertor, suicídio, programa nuclear - O líder Kim Jong-un (centro) conversa com autoridades norte-coreanas próximos do que seria o protótipo de uma ogiva nuclear num local não revelado, nesta foto publicada pela mídia estatal KCNA em 3 de setembro de 2017 (STR/AFP/Getty Images)
O líder Kim Jong-un (centro) conversa com autoridades norte-coreanas próximos do que seria o protótipo de uma ogiva nuclear num local não revelado, nesta foto publicada pela mídia estatal KCNA em 3 de setembro de 2017 (STR/AFP/Getty Images)

“Ele morreu antes que pudesse ser questionado sobre os motivos de sua fuga, quem o ajudou e qual foi a sua rota”, disse a fonte.

O homem tomou o veneno enquanto estava numa cela da prisão.

“Ele deve ter sido revistado várias vezes quando estava sendo levado da China para Sinuiju, então é um mistério como ele conseguiu esconder o veneno que tomou”, disse a fonte.

Enquanto esteve sob a custódia das autoridades chinesas, o cientista nuclear nunca revelou sua identidade, o que pode ter sido um erro fatal, de acordo com a fonte.

Coreia do Norte, Kim Jong-un, desertor, suicídio, programa nuclear - O líder norte-coreano Kim Jong-un inspeciona o teste de lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-14 num local não revelado, nesta foto publicada pela mídia estatal KCNA em 4 de julho de 2017 (STR/AFP/Getty Images)
O líder norte-coreano Kim Jong-un inspeciona o teste de lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-14 num local não revelado, nesta foto publicada pela mídia estatal KCNA em 4 de julho de 2017 (STR/AFP/Getty Images)

“Se o governo chinês soubesse quem ele era, eles teriam desejado descobrir o que ele sabia e nunca o teriam retornado”, disse a fonte.

De acordo com a fonte, o homem estava na faixa dos 50 anos e tirou férias do trabalho “porque ele mostrava sinais de ansiedade sobre seus projetos de pesquisa”. O cientista visitou parentes perto da fronteira, mas não tinha documentos de viagem válidos. Quando o cientista descobriu que as autoridades estavam procurando por ele, ele fugiu.

O desertor foi identificado no início de dezembro como Hyun Cheol Huh, de acordo com a fonte da RFA.

Coreia do Norte, Kim Jong-un, desertor, suicídio, programa nuclear - O líder norte-coreano Kim Jong-un (centro, na primeira fila) participa de uma sessão fotográfica com participantes da 4ª conferência de secretários ativos de organizações primárias da liga da juventude do Exército Popular da Coreia em Pyongyang, nesta imagem não datada publicada pela mídia estatal KCNA em 2 de setembro de 2017 (AFP/KCNA)
O líder norte-coreano Kim Jong-un (centro, na primeira fila) participa de uma sessão fotográfica com participantes da 4ª conferência de secretários ativos de organizações primárias da liga da juventude do Exército Popular da Coreia em Pyongyang, nesta imagem não datada publicada pela mídia estatal KCNA em 2 de setembro de 2017 (AFP/KCNA)

“Mas nós não sabemos se esse era o seu nome verdadeiro ou não”, disse a fonte. “Geralmente, a Segurança do Estado usará números ou nomes falsos ao se referir a pessoas importantes [sob sua custódia]”, disse ele.

NTD Television

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