A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu na sexta-feira (30) a Cuba que aprove uma visita ao país para revisar a situação das Damas de Branco, grupo ao qual o organismo outorgou medidas cautelares há quase dez anos.
O regime cubano, segundo informa a CIDH em uma resolução, não deu ao organismo uma resposta que “permite indicar que está adotando medidas para proteger os direitos” das integrantes do grupo.
Esta é a primeira vez que a CIDH solicita a Cuba uma visita “in loco” no âmbito das medidas cautelares.
O coletivo Damas de Branco, formado por familiares de dissidentes presos pelo governo, tem sido alvo de perseguições, ameaças de morte, buscas domiciliares e prisões por agentes do regime desde que o mecanismo de proteção foi concedido em 2013, segundo o relatório.
A CIDH explica que solicitou informações ao regime cubano sobre a situação do grupo pelo menos quatro vezes nos últimos dez anos e não obteve resposta, razão pela qual pede para “avaliar a situação” com uma visita “in loco”.
O pedido da comissão é divulgado quase duas semanas depois que a líder do grupo, a opositora Berta Soler, foi presa – e liberada horas depois – por agentes de segurança do regime durante mais uma das jornadas dominicais realizadas pelo grupo.
As Damas de Branco, que fundaram o grupo em 2003, decidiram marchar novamente aos domingos, após a pausa imposta pela pandemia, para exigir a libertação dos detidos nos protestos massivos que a ilha viveu em junho do ano passado.
Uma visita “in loco” da CIDH deve ser aprovada pelo regime cubano, que até agora não permitiu a entrada do organismo no país. A última visita da comissão a um país foi em janeiro de 2020 ao Chile, em decorrência do surto social no país.
Nesse mesmo ano, a CIDH tentou visitar a Venezuela, aliada de Cuba, mas o regime do presidente Nicolás Maduro proibiu a entrada da comissão no país.
Cuba não faz parte da Organização dos Estados Americanos, após ter sido expulsa da organização em 1962.
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