Por Agência EFE
Chuvas trouxeram alívio no domingo em algumas áreas da província de Corrientes (nordeste da Argentina), foco de incêndios de tamanha magnitude que a Argentina pediu ajuda para países como Brasil, EUA e Bolívia para contar com maiores recursos para apagar as chamas, segundo fontes oficiais.
O governador da província de Corrientes, Gustavo Valdés, alertou que, se não chover o suficiente e se não houver “ajuda de maior magnitude, como aviões hidrantes maiores”, os incêndios não irão cessar, em diálogo com o canal TN.
Valdés solicitou a colaboração dos EUA para obter aviões hidrantes maiores, através do embaixador norte-americano na Argentina, Marc Stanley, e do embaixador argentino naquele país, Jorge Argüello: “estamos aguardando as notícias”, afirmou.
Corrientes já recebeu vários recursos do Brasil, como bombeiros do estado do Rio Grande do Sul e do município de São Borja, que no sábado cruzaram a fronteira para se juntar ao combate ao incêndio nos municípios de Santo Tomé, onde, no domingo, o governador agradeceu.
Valdés agradeceu ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, em sua conta no Twitter, a quem pediu ajuda por meio do senador do estado do Rio Grande do Sul, Luis Carlos Heinze; do governador do estado, Eduardo Leite, e do prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto.
Enquanto isso, o presidente da Bolívia, Luis Arce, aprovou a transferência de 70 brigadistas bolivianos para ajudar a apagar os incêndios em Corrientes, segundo o Itamaraty argentino, que por sua vez havia sido treinado pelo Ministério do Meio Ambiente argentino no âmbito de um acordo de cooperação.
Zona de catástrofe
Corrientes sofreu com incêndios desde janeiro passado, os quais queimaram 785.238 hectares, o que representa 8,8% da província que faz fronteira com Paraguai, Brasil e Uruguai, de acordo com o relatório de evolução do fogo preparado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), no dia 16 de fevereiro.
A província foi declarada “zona de catástrofe ecológica e ambiental” e recebeu recursos de várias províncias do país, do governo nacional e de particulares.
Segundo Valdés, entre 2.800 e 3.000 pessoas treinadas e especialistas, cerca de cinco helicópteros e 12 aviões hidrantes estão trabalhando em Corrientes, “mas não são suficientes”.
“O que está acontecendo conosco é absolutamente extraordinário”, alertou Valdés, afirmando que “não pode ser controlado com medidas controladas” e que “os recursos normais teriam que ser multiplicados por 20 e 30 para poder controlar as chamas nas Correntes”.
Os incêndios devastaram a flora, a fauna, os enclaves produtivos e os centros turísticos, gerando desespero e impotência entre os produtores, a população e prejuízos que o governador estimou em 40 bilhões de pesos (374 milhões de dólares).
As coberturas vegetais mais afetadas foram as de ambientes de várzea com mais de 460 mil hectares acumulados, segundo o INTA, entre os quais estão os estuários e outras áreas úmidas com 245.110 hectares, enquanto a área queimada em florestas cultivadas atingiu 31.265 hectares, e 28.733 hectares em florestas nativas.
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